Desmatamento


A pedido de Sávio, ministra será chamada a explicar baixo investimento do Fundo da Amazônia

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, será chamada a prestar esclarecimentos sobre o Fundo da Amazônia. O requerimento de convite é do deputado Domingos Sávio (MG) e foi aprovado nesta quarta-feira (22) na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Representantes do BNDES também foram convidados.

O pedido foi feito após o jornal “O Estado de São Paulo” revelar, no início deste mês, que mesmo com mais de R$ 1 bilhão à disposição, o governo federal não consegue realizar os investimentos necessários para frear o desmatamento sistemático da Amazônia.

Criado em agosto de 2008, o fundo recebe doações com as quais deveria financiar projetos de preservação da Amazônia. Dois desses doadores são Alemanha e Noruega, o que constitui um óbvio atentado à noção de que a conservação do bioma amazônico, ou de qualquer outra parte do território nacional, é um assunto que diz respeito aos brasileiros.

Não bastasse isso, o fundo segue o padrão de incompetência gerencial do governo petista, pois apenas 11,4% do R$ 1,29 bilhão doado foi efetivamente usado. Como o prazo estipulado para a utilização dos recursos acaba em dezembro de 2015, o governo corre para negociar mais tempo, segundo mostrou a reportagem.

O estabelecimento do Fundo Amazônia, porém, foi uma admissão franca de que o Estado, sob a administração petista, é incapaz de cumprir suas obrigações na preservação sem recorrer à ajuda de governos estrangeiros.

Os recursos captados pelo fundo estão condicionados à redução da emissão de gases de efeito estufa que resultam do desmatamento. O problema é que os alertas de desmatamento na Amazônia Legal cresceram 26% entre agosto de 2012 e
fevereiro deste ano, o que gera "incômodo e desgaste do Brasil no cenário internacional", conforme salientou Adriana Ramos, integrante do Comitê Orientador do Fundo Amazônia.

Diante disso, Sávio quer explicações sobre o tema, em especial sobre os recursos disponíveis e projetos em estudo e em fase de execução, bem como os compromissos assumidos pelo governo. Como já se tornou habitual em quase todos os quadrantes da administração pública federal, a burocracia e a ausência de planejamento retardam ou inviabilizam as soluções dessa grave questão ambiental.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: / Áudio: Elyvio Blower)

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22 maio, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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