Especial


César Colnago: com saúde pública desestruturada, pacientes sofrem nas filas

O deputado César Colnago (ES) reprovou a grave desestruturação do Sistema Único de Saúde (SUS) e os baixos investimentos do governo federal. Após o fortalecimento do setor no governo de Fernando Henrique Cardoso, a gestão petista mostrou que seus anúncios não passam de discurso. “Os investimentos nessa área ficam na promessa. Algumas unidades são construídas, mas lá dentro não há recursos ou o atendimento que a população precisa”, disse.

Segundo o tucano, o gasto particular das famílias brasileiras com saúde é maior que o gasto público, diferente da maioria das nações. Na comparação com outros países sobre o investimento per capita, o Brasil fica entre os últimos colocados. Um dos exemplos do precário serviço é o caso dos pacientes de câncer. “Depois da doença diagnosticada, a pessoa leva em média 100 dias para conseguir quimioterapia ou radioterapia pelo SUS”, acrescenta o deputado. O tempo é suficiente para agravar a situação ou levar pacientes a óbito. “É um absurdo você ter câncer e precisar esperar em uma fila. É desumano”, completou.

O tucano lembra que a saúde é um direito garantido ao brasileiro pela Constituição. Apesar disso, não há direcionamento do governo da presidente Dilma Rousseff para resolver o problema e os pacientes continuam a lotar as salas de espera. “Hoje, muitos hospitais no interior do nosso país são mantidos praticamente pelas prefeituras. Temos uma verdadeira desordem na saúde”, reprovou Colnago. Outro problema é a tabela de remuneração do SUS, que está defasada em diversos procedimentos.

Médicos estrangeiros
O recente anúncio de contratação pelo governo federal de 6 mil médicos estrangeiros é visto como falácia por Colnago. Os profissionais viriam de Cuba para trabalhar em regiões carentes do Brasil. Segundo o tucano, o problema da saúde pública não está na falta de médicos, mas na desestruturação. “Falta organizar, inclusive o setor de recursos humanos, para que a saúde seja valorizada e tenha as condições mínimas de funcionamento”, explicou.

O parlamentar acredita ser preciso uma política de governo que garantisse aos médicos e às outras categorias da saúde condições para atuar em cidades menores. “Não há nenhum tipo de estímulo. Os médicos estão concentrados onde você tem a melhor tecnologia e a melhor remuneração”, afirmou. A medida anunciada pelo Planalto é um equívoco, alerta o tucano. Os médicos estrangeiros poderiam, depois de um tempo, abandonar o interior por oportunidades melhores. “Do ponto de vista da saúde brasileira, nada vai mudar. O problema é a desestruturação do sistema público, que o PT que simplesmente abandonou”, disse.

 

Inflação é alto preço pago pela falta de controle da gestão petista

O descontrole da inflação é outro ponto crítico destacado por Colnago. Ele lembra que um dos principais legados do PSDB foi justamente acabar com o aumento exagerado dos preços, mas o governo do PT desestabilizou a economia a ponto de não conseguir manter a inflação no centro da meta. “A inflação é um ‘imposto’ cobrado principalmente daqueles que não podem se proteger, que são as pessoas mais pobres”, ressaltou.

Um dos principais alvos da escalada dos preços é a alimentação, que compromete grande parte do salário das famílias de baixa renda. “Isso é preocupante. Para quem ganha um ou dois salários mínimos, o custo da alimentação é um dos maiores”, explicou o tucano.

Para Colnago, é fundamental que o ciclo do PT se encerre para garantir ao Brasil um ciclo de recuperação da economia com investimentos em áreas essenciais, como infraestrutura e educação. “O governo petista acertou ao adotar as políticas tucanas lá atrás, mas eles estão desorganizando a nossa economia. A inflação é um preço muito caro que estamos pagando pela falta de controle dessa gestão”, finalizou.

 

Brasil patina na infraestrutura com estradas e terminais sucateados

Com estradas, aeroportos e portos sucateados, o Brasil patina quando o assunto é infraestrutura. Apesar de ser anunciada como grande gestora na campanha eleitora, a presidente Dilma só alcançou a completa desorganização no setor. O déficit do país com infraestrutura e logística é de R$ 500 bilhões, destacou Colnago. “O país está completamente defasado, trazendo um prejuízo enorme à economia. Além dos produtos primários agrícolas, nós temos um comércio exterior potente”, disse.

No Espírito Santo, por exemplo, o governo petista já prometeu 14 vezes a reforma do aeroporto de Vitória. Duas rodovias importantes do estado, a BR-101 e a BR-262, estão sem manutenção e alto índice de acidentes.

Colnago destaca a tentativa do governo de modernizar os portos, com a medida provisória aprovada após muita polêmica na semana passada. “Tentar criar uma legislação para avançar é positivo, mas não deveria ter vindo por MP. Mandaram uma bola quadrada porque não conversaram com os trabalhadores, empresários e setor público para chegar a um projeto de lei que a Casa pudesse discutir melhor”, concluiu.

Compartilhe:
20 maio, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *