Mais pobres sofrem mais


 

Inflação em alta: país paga preço alto das escolhas erradas dos governos petistas

Não há boas notícias no IPCA divulgado ontem, destaca a Carta de Formulação e Mobilização Política desta quinta-feira (9). O índice subiu em relação a março, os preços dos alimentos continuam pela hora da morte e os remédios usados para deter a escalada do custo de vida não estão surtindo efeito. “O PT jamais demonstrou convicção de que manter a inflação controlada fosse prioridade da política econômica. Estamos pagando um preço alto por escolhas equivocadas, agravadas na gestão da presidente Dilma Rousseff”, critica o documento editado pelo Instituto Teotonio Vilela. Confira a íntegra abaixo:

O governo pode até querer comemorar o retorno da inflação aos limites da meta, mas não há, efetivamente, boas notícias no IPCA divulgado ontem. O índice subiu em relação a março, os preços dos alimentos continuam pela hora da morte e os remédios usados para deter a escalada do custo de vida não estão surtindo efeito.

Segundo o IBGE, em abril o IPCA atingiu 0,55%, com alta em relação ao 0,47% de março. O resultado superou negativamente as expectativas. No acumulado em 12 meses, a taxa recuou de 6,59% para 6,49%. Este foi o único alívio que os dados conhecidos ontem trouxeram – embora quase irrisório, já que apenas 0,01 ponto percentual abaixo do limite máximo.

O mais assustador é que o preço dos alimentos não está cedendo. A alta é de 14% em um ano, ou seja, mais que o dobro da inflação geral. No mês de abril, o item alimentação subiu quase 1%. Os vilões da carestia continuam mais ativos que nunca: tomate e batata mais que dobraram de preço em um ano (150% e 123%, respectivamente) e a cebola já está quase lá (94%), como destaca O Globo.

Este é justamente o aspecto mais pernicioso da inflação. Como os alimentos pesam muito mais na cesta de consumo das famílias mais pobres, que gastam cerca de um terço de seus rendimentos com comida, são elas as que mais sofrem com o aumento da carestia. Combater a inflação é a mais eficaz das políticas sociais.

Para piorar, em abril outro item essencial também teve alta significativa. Os remédios subiram 3%, refletindo reajustes autorizados pelo governo em março. Este é mais um dos chamados “preços administrados”, que gozam de aumentos anuais garantidos e funcionam como gasolina na fogueira da indexação.

Serviços também sobem mais de 8% em 12 meses. Mas não só: dos 365 itens que compõem a cesta de produtos pesquisados pelos IBGE para o cálculo do IPCA, quase 66% ficaram mais caros em abril. Trata-se, portanto, de uma alta persistente, disseminada e sem perspectivas convincentes de que irá ceder.

Esperava-se que a inflação viesse mais branda em abril, em razão de uma temporada supostamente mais benigna nos preços dos alimentos nas lavouras. Mas o que antes era costumeiro agora não está se repetindo: enquanto os preços dos produtos agrícolas caíram 5,4% no atacado desde janeiro, os alimentos ficaram 5,6% mais caros no varejo no mesmo período, mostra o Valor Econômico.

É mais um sinal de que o diagnóstico que o governo faz sobre a inflação está equivocado. Para Dilma Rousseff e sua equipe econômica, o problema é de oferta. Uma vez superado, a inflação cairá. Mas o comportamento dos alimentos contradiz o argumento oficial: a colheita da safra agrícola segue a pleno vapor, os preços no atacado cedem, mas o efeito benéfico não chega ao consumidor.

Parece claro que a questão é outra: superaquecimento da demanda. O consumo interno acima da oferta, inclusive em razão dos gastos explosivos do governo, eleva os preços. De quebra, também gera aumento nas importações. Os desequilíbrios se disseminam. Até por esta razão, a inflação voltou a ser a maior preocupação dos empresários brasileiros.

A estabilidade da moeda é uma conquista da sociedade brasileira, que se cansou de décadas convivendo com o descalabro do descontrole de preços. Mas tanto no poder quanto fora dele, o PT jamais demonstrou convicção de que manter a inflação controlada fosse prioridade da política econômica.

O partido dos mensaleiros sempre preferiu perseguir crescimento econômico a qualquer custo. Mas, como parece não compreender direito a realidade das coisas, não conseguiu fazer nem uma coisa nem outra. Estamos agora pagando um preço alto por estas más escolhas, agravadas pelos equívocos da gestão Dilma Rousseff.

(Fonte: ITV/ Foto: Marcelo Camargo – AgBr)

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9 maio, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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