Avaliação mais rigorosa


Problemas envolvendo Enem são resultado da péssima qualidade do ensino, afirma Izalci

Durante audiência pública nesta quinta-feira (9) na Comissão de Educação para debater os critérios de correção das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o deputado Izalci (DF) afirmou que os problemas envolvendo o teste são consequências da péssima qualidade do ensino no país.

Ano passado, alguns estudantes conquistaram nota máxima na prova discursiva apesar de terem cometido falhas graves de ortografia, pontuação e concordância verbal e nominal. Depois de muitas críticas ao método de avaliação do exame, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou ontem que a avaliação da próxima edição será mais rigorosa. Quem fugir do tema proposto ou inserir trechos de assuntos que não tenham a ver com a proposta de desenvolvimento da redação – como receitas de macarrão instantâneo ou letra de hino de times de futebol, como ocorreu na prova passada – terá a prova anulada.

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De acordo com Izalci, a medida é necessária, mas já deveria ter sido adotada, já que todo ano o Enem aparece na mídia de forma negativa. “O grande problema hoje é que a educação básica é de péssima qualidade. O Brasil não tem investido nos últimos anos em qualidade de educação. Só se faz discurso e não se destina recursos para o setor”, lamentou.

O tucano lembrou que até hoje o Plano Nacional de Educação (PNE) – que vai destinar 10% do PIB para educação – está parado no Senado. Segundo ele, o governo federal não faz nenhum esforço para aprovar o plano. “Se não colocarmos verbas na educação, vamos sempre discutir essas questões. Vamos continuar lutando para que possamos aprovar o PNE.”

Presente no debate, a presidente da empresa Abaquar – Consultores e Editores, Gisele Gama Andrade, defendeu mais objetividade durante a correção das provas. Segundo ela, é necessário fazer nota de corte na hora de corrigir as redações. “É preciso aperfeiçoar os sistemas de avaliação. O Inep deve utilizar uma política de Estado e não de governo. O ponto básico de tudo é a má qualidade do ensino básico. É necessário melhorar o ensino para que todos tenham acesso às universidades e ao mercado de trabalho”, concluiu Izalci.

Também participaram do debate o professor da pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais e especialista em Sistemas de Avaliação José Francisco Soares; o presidente do Inep, Luis Cláudio Costa; o professor do Instituto de Letras da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Cláudio Cezar Henriques; e a gerente de Interação Educacional do Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe), Omezinda Ribeiro.

→ Segundo reportagem do jornal “O Globo”, alguns textos que receberam a pontuação máxima (1 mil pontos) no Enem de 2012 tinham erros de ortografia, como "rasoavel", "enchergar" e "trousse”.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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9 maio, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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