Sandice


 

39º ministério de Dilma: nunca antes o Estado brasileiro foi tão balofo

Com a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, o ministério da sandice está completo, avalia a Carta de Formulação e Mobilização Política desta terça-feira (7).” Nunca antes o Estado foi tão balofo e o governo, tão amorfo. O que está em jogo não é aumentar a eficiência de uma máquina que já se mostrou incapaz de servir melhor os cidadãos, mas compor um grupo dos mais díspares interesses para tentar reeleger Dilma Rousseff”, reprova o documento editado pelo Instituto Teotonio Vilela, que conclui: este, sim, é o grande negócio, e não é para pequenas empresas. Leia abaixo a íntegra:

Dilma Rousseff anunciou ontem a indicação de Guilherme Afif Domingos para o cargo de ministro da Micro e Pequena Empresa. Ele será o 39° inquilino do condomínio petista, numa composição sem precedentes na história brasileira. O ministério da sandice agora está completo.

A equipe de Dilma alcança uma proporção como nunca se viu antes: são 24 ministérios, dez secretarias ligadas à Presidência da República e cinco órgãos com status de ministério. Seu time de subordinados é tão gigantesco, que alguns ministros mal conseguem despachar com a chefe. A composição é tão esdrúxula, que Afif será, ao mesmo tempo, ministro de Dilma e vice-governador de São Paulo.

A posse do ministro-vice-governador será na quinta-feira. Com Afif no ministério efetiva-se o que o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, conselheiro de Dilma, já classificou como uma “burrice”, uma “loucura”, uma “irresponsabilidade” que há muito tempo passou do limite. Nunca antes o Estado foi tão balofo e o governo, tão amorfo.

Há menos razões objetivas a justificar a criação de mais uma pasta com status de ministério do que motivações político-eleitorais. Vale mais o 1 minuto e 39 segundos do tempo de TV do PSD, o partido de Afif, do que efetivamente melhorar as condições das cerca de 4,5 milhões de micro e pequenas firmas existentes no país – provavelmente, o que elas gostariam mesmo é de menos Estado na vida delas…

A pasta é tão necessária que, desde que tomou posse, há 28 meses e alguns dias, Dilma fala em criá-la. Tentou convencer a dona do Magazine Luzia a assumir o posto, mas Luiza Trajano preferiu cuidar da vida e continuar ganhando dinheiro. Neste ínterim, ninguém sentiu falta de um ministério para cuidar da causa das pequenas empresas – exceto os petistas ávidos por cargos.

Nestes dez anos, o PT praticamente dobrou o tamanho da estrutura ministerial. Quando assumiu o poder, em 2003, havia 21 pastas, legadas pelo presidente Fernando Henrique. O padrão tucano seguia as melhores práticas mundiais: estudo feito na Universidade Cornell constatou que os governos mais eficientes têm entre 19 e 22 pastas.

Sob o PT, nosso modelo de gestão púbica é o mesmo de nações como Congo, que tem 40 ministérios, Paquistão (38), Camarões, Gabão, Índia e Senegal (36). Para comparar, os EUA funcionam como funcionam com 15 ministérios e a Alemanha deve penar para ser o que é com suas 17 pastas.

Além de seus 39 ministérios, o PT inchou desmesuradamente o número de cargos públicos. Desde 2002, o número de servidores públicos federais ativos cresceu 24%. Evidentemente, há acréscimos que se justificam – por exemplo, quando são contratados mais médicos e mais professores, mais fiscais da Receita e mais engenheiros.

 No entanto, não há respaldo que justifique a expansão de cargos de confiança, preenchidos a bel-prazer pelo condomínio no poder. Em dez anos, foram criados mais de 4 mil DAS, fazendo o número chegar a 22.417 em dezembro passado, segundo o mais recente levantamento divulgado pelo Ministério do Planejamento.

 Não custa lembrar que, além da inflação de ministros, a gestão petista também se notabiliza pela criação acelerada de estatais. Só na gestão Dilma já são cinco novas, elevando o total de órgãos desta natureza no país para algo próximo a 130.

 A forma como Dilma preenche seu ministério lembra o que Lula definiu como os “negócios” e as “relações promíscuas” que movem os partidos que hoje estão no poder, em entrevista publicada num livro para enaltecer os dez anos de governo petista e reproduzida em parte pela revista IstoÉ desta semana. O ex-presidente conhece bem o que diz.

 O que está em jogo não é aumentar a eficiência de uma máquina que já se mostrou incapaz de servir melhor os cidadãos, mas compor um grupo dos mais díspares interesses para tentar reeleger Dilma. Este, sim, é o grande negócio, e não é para pequenas empresas.

(Fonte: ITV/ Foto: Roberto Stuckert Filho)

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7 maio, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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