Retrocessos


 

Para tucanos, política energética conduzida pelo PT é ineficaz, atrasada e faz mal ao país

A política energética do PT é ineficaz, atrasada e faz mal ao país. Esta foi a conclusão das palestras do deputado Antonio Imbassahy (BA) e de Luiz Paulo Vellozo Lucas, ex-prefeito de Vitória Lucas, convidados para a segunda edição do ciclo de debates “Minas Pensa o Brasil”, promovido pelo PSDB de Minas Gerais.

“A mudança da lei do petróleo do segundo mandato do Lula para dar uma empurrão na candidatura da Dilma foi o maior erro de política econômica da história contemporânea brasileira. E erros de estratégia são aqueles que levam dez anos para consertar. Não foi uma decisão errada, foi uma estratégia errada”, iniciou Luiz Paulo Vellozo Lucas em sua palestra sobre petróleo.

Luiz Paulo, que é autor do livro “Petróleo – Reforma e contrarreforma do setor petrolífero brasileiro”, afirmou ainda que as medidas adotadas pelo PT precisam ser jogada no lixo, com exceção da capitalização da Petrobras, que necessita de ajustes. “O fracasso vai custar caro ao país. Estão destruindo um patrimônio nacional”, alertou.

O deputado Antônio Imbassahy também fez críticas à política energética do PT. Para ele, o partido é ótimo na propaganda e em fazer anúncios, mas péssimo na implementação.

“A Petrobras hoje no mercado vale menos do que a Ambev. Vale menos do que a petroleira da Colômbia que é muito pequena. A Eletrobras, que tinha o valor patrimonial de R$ 67 bilhões, tem valor de mercado hoje de R$ 8 bilhões, pois quebrou definitivamente não respeitando contratos. E quando você quebra contratos o investidor fica com receios de fazer investimento”, disse o deputado, que foi prefeito de Salvador.

Minas Pensa o Brasil

O debate Energia e Petróleo foi realizado na nova sede do PSDB-MG, no bairro Barro Preto, e faz parte do ciclo de palestras “Minas Pensa o Brasil” aberto, em fevereiro, pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que falou para mais de 2.500 pessoas sobre “O Século XXI: Desafios, ameaças e oportunidades”. Durante o encontro, lideranças tucanas descerraram placa em homenagem ao tucano Pimenta da Veiga, que dá nome ao auditório.

Ao longo de 2013, o PSDB-MG realizará outros debates com a participação de especialistas e lideranças de todo o país. Serão discutidos temas como a questão urbana, o papel de estados e municípios na Federação, a modernização das relações de trabalho, a questão tributária e as políticas de transferência de renda, entre outros.

Leia abaixo trechos das palestras:

Antônio Imbassahy

“O PT fez política de demonização das privatizações. Mas é um partido que se nutre com o que nós fizemos no passado. Só que agora esgotaram.”

“O governo fez um programa de redução da tarifa de energia e quiseram meter a mão na Cemig, em Minas, e Cesf e na Copel, no Paraná. A presidente queria que simplesmente a Cemig levasse um prejuízo da ordem de R$ 3 bilhões para que os mineiros pagassem por esta conta que a presidente Dilma queria espetar no seu talher.”

“A Dilma disse na Paraíba que na eleição a gente faz o diabo. Então, ela agora muito mais candidata do que presidente, fez uma mídia enorme mostrando que a redução da tarifa iria acontecer, mas não aconteceu na medida que o brasileiro esperava.”

“O programa de redução de tarifa buscava mais uma ação eleitoreira do que uma ação de Estado.”

“A Petrobras hoje no mercado vale menos do que a Ambev, as cervejarias. Vale menos do que a petroleira da Colômbia que é muito pequena. A Eletrobras, que tinha o valor patrimonial de R$ 67 bilhões, tem valor de mercado hoje de R$ 8 bilhões, pois quebrou definitivamente quebrando contratos. E quando você quebra contratos o investidor fica com receios de fazer investimento.”

“Com esta decisão da medida provisória 579, a presidente retroagiu aos problemas do passa e colocou mais outros problemas, como a falta de confiabilidade da agência reguladora. Quem tem dinheiro e vai querer investir num setor que é mal administrado.”

“O governo já gastou R$ 4 bilhões queimando óleo e gás para gerar energia e ter a garantia de que não vai haver racionamento. E até o final do ano vai gastar mais R$ 10 bilhões para evitar o racionamento que estaria se aproximando graças à incompetência do PT, um partido que pensa mais no partido do que no país, além de quebrar a Eletrobras.”

“Vamos denunciar isso de maneira firme como o Aécio Neves denunciou. Mas é muito difícil a gente denunciar isso com o sistema de propaganda deste governo. Quem vê as propagandas da Petrobras, parece que a empresa está nadando de braçada. Eles estão quebrando a Petrobras e estão passando dos limites.”

“A Dilma foi apresentada como grande gestora, mas não é. As obras do São Francisco estão paralisadas, na refinaria anunciada para São Luis não fizeram nem o desmatamento. A negociata da refinaria de Pasadena foi um dos maiores escândalos da República.”

“O PT é ótimo para anunciar programas e projetos de bilhões de reais e na propaganda também. Mas na hora de realizar, de ter espírito público e ter responsabilidade com o país, esqueçam o PT. Este não é o departamento deste partido que há dez anos está governando o país, mas tem hora marcada para deixar o Palácio do Planalto.”

Luiz Paulo Vellozo

“A mudança da lei do petróleo do segundo mandato do Lula para dar uma empurrão na candidatura da Dilma é o maior erro de política econômica da história contemporânea brasileira. E erros de estratégia são aqueles que levam dez anos se arrependendo para consertar. Não foi uma decisão errada, foi uma estratégia errada.”

 

“A estratégia da política do petróleo do governo FHC foi mantida no primeiro governo Lula. A lei feita em 1997 que permitiu que o setor do petróleo se desenvolvesse e fosse maior que as térmicas da Petrobras. A estatal abriu capital na bolsa de Nova York, investiu no Golfo do México para aumentar seus lucros e 55 mil trabalhadores viraram acionistas da Petrobras.”

“O Brasil só conhece 7% das áreas do subsolo que podem ter petróleo. Os Estados Unidos conhecem 97%, o Canadá 95% e a Rússia 90%.“

“É um absurdo usarmos dinheiro do Tesouro, dos bancos oficiais, para colocar dinheiro num setor altamente rentável que pode fazer tudo pelo país com dinheiro privado, com dinheiro dos investidores, inclusive dos trabalhadores brasileiros.”

“Os investimentos do setor do petróleo em 1997 era o equivalente a US$ 4 bilhões. Dez anos depois passou para US$ 35 bilhões. Hoje é mais de US$ 60 milhões. Esse crescimento se deu porque a Petrobras ampliou muito sua capacidade de investimentos e as outras empresas operadoras de petróleo vieram para o Brasil.”

“A Petrobras não deve ser a única investidora. Eles mentem para fazer política e fazer campanha. O lucro da Petrobras caiu pela metade com a estratégia do PT. O PT fez uma mágica com uma companhia de petróleo que teve a maior descoberta de petróleo do mundo, recebe 5 bilhões de barris na forma da chamada capitalização onerosa, e se desvaloriza no mercado o equivalente ao valor de um Bradesco. É uma mágica. São US$ 60 bilhões a menos o valor da Petrobras. A estatal não está mais no mercado mundial, os investidores saíram e as empresas estrangeiras que estavam ajudando para se descobrir petróleo foram embora.”

“A Petrobras importou no ano passado mais de R$ 13 bilhões de derivados de petróleo, de gás e gasolina, e os investimentos estão caindo a um terço do que poderia ser.“

“Não foi bom para o Brasil e não foi bom para a Petrobras. Foi bom para quem? Foi para o PT e seus aliados que ganharam as eleições de 2002, 2006 e 2010 satanizando e mentindo sobre o processo de desestatização. Acusando o PSDB de um erro que não tem. A gente acertou na estratégia lá atrás no Plano Real e estamos colhendo os frutos até hoje.”

“O PT comete este erro no setor mais dinâmico da economia brasileira e dos mais dinâmicos do planeta que é o setor do petróleo e gás.”

“Temos de mostrar o fracasso do PT. Os números não mentem, mas as pessoas mentem às custas dos números. Torturam os números até que eles confessem para poder ilustrar uma história fantasiosa. O fracasso da estratégia do PT do setor do petróleo e gás vai custar caro para o Brasil. Estamos perdendo oportunidades e perdendo lideranças. Ainda estamos perdendo o nome, o patrimônio, a imagem pública e o valor de mercado da principal empresa brasileira, maior orgulho da engenharia nacional. “

“A política econômica deles deu errado. Fizeram escolhas erradas que prejudicaram o país e temos de encontrar formas de discutir isso politicamente. Vamos cobrar dos nossos adversários nas eleições do ano que vem porque eles erraram e erraram sabendo que estavam fazendo errado. Foi por oportunismo político para ganhar as eleições em 2010 ressuscitando uma campanha da década de 50 em cima das descobertas espetaculares da Petrobras.“

Conheça os convidados desta segunda edição do Ciclo de Debates “Minas Pensa o Brasil”:

Antonio Imbassahy – O baiano Antonio Imbassahy graduou-se em engenharia elétrica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e iniciou sua carreira na Chesf. Antes de assumir, aos 31 anos, a presidência da Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) foi diretor de produção da Companhia de Eletricidade de Manaus (CEM).

Foi secretário estadual de Saneamento e Recursos Hidrícos da Bahia, diretor da Telebahia e, em 1990, foi eleito deputado estadual e, a seguir, presidente da Assembleia Legislativa.  Em maio de 1994, foi eleito governador do Estado pela Assembleia Legislativa. No ano seguinte foi designado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso presidente da Eletrobras. De 1996 a 2004 foi prefeito da cidade de Salvador. Em 2010 assume seu primeiro mandato como deputado federal. Atualmente é presidente do PSDB da Bahia e vice-líder do PSDB na Câmara Federal.

Luiz Paulo Vellozo Lucas – Luiz Paulo Vellozo Lucas é de Vitória (ES), formou-se em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e tem cursos de pós-graduação em desenvolvimento econômico e Economia Industrial. É funcionário de carreira do BNDES, onde chefiou o Departamento de Planejamento (Deplan). Foi Diretor do Departamento de Indústria e Comércio (DIC) e Secretário de Acompanhamento Econômico no Governo Federal.

No Espírito Santo, foi Secretário de Planejamento e de Agricultura. Foi prefeito de Vitória em dois mandatos e Deputado Federal pelo PSDB. Foi também Presidente do Instituto Teotônio Vilela (ITV), órgão de estudos e formação política ligado ao PSDB.  É professor da PUC Rio e autor dos livros “Qualicidades”, sobre Poder local, e “Petróleo – Reforma e contrarreforma do setor petrolífero brasileiro”.

(Da Agência PSDB)

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7 maio, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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