Agricultores prejudicados

Dívida de pequenos e médios produtores ultrapassa R$ 2 bi; tucanos cobram solução do Executivo

Os deputados Raimundo Gomes de Matos (CE) e Carlos Brandão (MA) cobraram, nesta terça-feira (7), medidas efetivas do governo federal para resolver o problema das dívidas dos pequenos e médios produtores rurais. Os tucanos participaram de audiência pública das comissões de Agricultura da Câmara e do Senado para debater o tema. Os parlamentares esperam soluções urgentes para quitar o débito.

A dívida dos agricultores aumenta a cada dia e até hoje o Executivo não encontrou uma saída para resolver a questão. Só medidas paliativas não resolvem a situação, afirmaram os parlamentares. O montante já passa de R$ 2 bilhões e os produtores não têm recursos para manter os rebanhos, o que deixa as famílias desesperadas.

“Ficou evidente a falta de sintonia entre as esferas do governo em relação à repactuação dos débitos dos agricultores e de um programa que garanta a sustentabilidade do semiárido. As instituições de fomento apresentam programas de crédito diferenciado. Isso causa o enfraquecimento do pequeno e médio agricultor. A Sudene, que deveria ser um órgão para planejar, não tem um plano de garantir sustentabilidade”, ressaltou Gomes de Matos.

De acordo com o tucano, a situação é lamentável e não se pode mais perder tempo ouvindo representantes do governo. Ele defende a convocação de ministros, principalmente da área econômica para buscar soluções. “Os representantes não têm competência de se posicionar, assim como os gerentes de banco, que só cumprem instruções normativas”, disse.

Brandão criticou o Executivo federal por fugir do problema. “O governo foge quando se trata da renegociação dos pequenos e médios produtores. Ou o governo encara o problema com seriedade ou vai acontecer um grande leilão das propriedades desses agricultores”, ressaltou.

Por fim, Gomes de Matos lamentou a falta de atenção da presidente Dilma Rousseff com os nordestinos. “Falta sintonia com os nordestinos. É preciso perdoar essas dívidas. O Banco do Nordeste ano passado teve lucro de R$ 500 milhões. O banco é uma agência financeira para ter lucro ou para fortalecer o desenvolvimento da região?”, questionou.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)