Preços em alta


Famílias com menor poder aquisitivo são as mais prejudicadas com inflação, destaca Imbassahy

A inflação corrói a renda dos mais pobres, que frearam as compras e cortaram em 11% as quantidades consumidas de itens básicos, como mostra estudo da Federação do Comércio (Fecomércio) de São Paulo. Em fevereiro e março, a alta dos preços acumulada em 12 meses ultrapassou, pela primeira vez desde novembro de 2011, a de serviços. Na opinião do deputado Antonio Imbassahy (BA), a população com menor poder aquisitivo é a mais prejudicada pelos males da inflação.

“As famílias com poder aquisitivo menor sofrem muito mais com esse efeito da inflação, pois os recursos são destinados em grande parte para bancar a alimentação, o transporte público e alguns serviços”, afirmou o tucano nesta sexta-feira (26).

Play

Segundo o estudo, a inflação acumulada em 12 meses até março subiu 6,18%, com os produtos registrando alta de 6,56% e os serviços tendo aumentado 5,78%. Em 12 meses até março, por exemplo, a inflação de produtos foi de 8,16% para a classe E e de 8,30% para a classe D. Enquanto isso, para as classes A e B, as elevações foram de 3,72% e de 5,21%, respectivamente.  

No ano passado, as classes D e E tinham ampliado em 3% as quantidades compradas de itens da cesta e desembolsaram 9% a mais por isso. Agora, as famílias mais pobres tiveram um gasto 6% maior por causa da disparada da inflação. Além de cortar as quantidades compradas, elas reduziram a frequência de idas aos supermercados para economizar. Conforme destacou o assessor econômico da Fecomércio, Fábio Pina, os produtos respondem a 60% do custo de vida das classes D e E. 

De acordo com Imbassahy, resolver o problema não parece ser de interesse do Palácio do Planalto. “Tudo isso decorre de uma política econômica equivocada do governo federal. O problema tem sido agravado neste ano em que a presidente Dilma se coloca muito mais como candidata do que como mandatária do país. Ela se preocupa mais com interesses de campanha política do que com os interesses nacionais”, criticou.

A inflação tem alcançado patamares elevados e chegou a estourar o teto da meta do governo, de 6,5% ao ano. Ao contrário do cenário de tranquilidade que a presidente Dilma tenta passar, o Banco Central elevou a taxa básica de juros – a Selic – de 7,25% a 7,5% ao ano. De acordo com o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, a decisão é uma ferramenta para “neutralizar riscos” da inflação no país. 

“Quem paga a conta no final é a população, principalmente as famílias que têm menor poder aquisitivo”, avaliou o deputado, ao criticar a falta de autonomia do Banco Central na gestão Dilma. 

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
26 abril, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *