Fixa jornada

Veto de Dilma a projeto que reduz jornada de fonoaudiólogos é um desrespeito, afirma líder do PSDB

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), considerou um desrespeito o veto total da presidente Dilma Rousseff à proposta que reduz a jornada de trabalho dos fonoaudiólogos. O Projeto de Lei Complementar 2192/2003, de autoria do tucano, fixa a jornada semanal de 30 horas aos profissionais. 

"O veto não é só um desrespeito à Câmara e ao Senado, que aprovaram a matéria depois de 10 anos de tramitação, mas também  a todos os fonoaudiólogos. O argumento da presidente para barrar o projeto foi que ele contraria o 'interesse público', 'impacta o orçamento dos entes públicos' e 'eleva o custo para o setor privado', com o que não podemos concordar", criticou nesta sexta-feira (26).

Segundo a justificativa do veto, a redução da jornada semanal “impacta o orçamento dos entes públicos, notadamente municipais, com possível prejuízo à política de atendimento do SUS. Além disso, eleva o custo para o setor privado de saúde, que poderá ser repassado ao usuário”. "Cabe ao Congresso agora derrubar o veto e promulgar a redução da jornada, que, sem dúvida, beneficiará toda a categoria dos fonoaudiólogos", declarou Sampaio.

De acordo com Sampaio, a categoria é uma das únicas da área de saúde que ainda não possui regulamentação da jornada de trabalho. Conforme destacou, o fonoaudiólogo sofre desgastes físico, mental e emocional, em virtude das prolongadas sessões, que duram em média 45 minutos por paciente.

O Conselho Federal de Fonoaudiologia está recolhendo assinaturas em um abaixo-assinado para mostrar a insatisfação da categoria com o veto. “A participação de todos é importante para conseguirmos reverter a situação que nos foi imposta. Temos de nos mobilizar para que sejamos vistos como uma classe com muita representatividade e para que nossos desejos sejam atendidos”, afirma a presidente do conselho, Bianca Queiroga.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)