Mais uma obra atrasada

Imbassahy classifica como “piada e desrespeito” o atraso nas obras da ferrovia Oeste/Leste

Durante audiência pública nesta quarta-feira (24) na Comissão de Minas e Energia, o deputado Antonio Imbassahy (BA) questionou o diretor presidente da Valec Engenharia, Josias Sampaio Calvacante Júnior, sobre o estágio das obras da ferrovia Oeste/Leste, criada para escoar a produção de minério de ferro da Bahia. O parlamentar não ficou satisfeito em ouvir que a execução da obra, com conclusão prevista para 2012, não chega a 15%.

“É uma piada, um desrespeito. Quem acreditou no PT está tendo prejuízo: as mineradoras, os investidores, entre outros. Todos se encontram em uma situação dramática. É um governo da propaganda, da má gestão e da enganação. Não dá para o país avançar dessa forma. Anuncia projetos, mas nada acontece”, criticou o tucano após a reunião. Imbassahy apresentou neste mês requerimento ao ministro dos Transportes solicitando informações sobre o andamento das obras da ferrovia.

De acordo com o parlamentar, o atraso mostra a falta de interesse do Executivo federal com a Bahia. Segundo ele, todas as explicações dadas pelo presidente da Valec remetem a órgãos do governo. “Ele justifica o atraso dizendo que um órgão não fez isso ou aquilo. Um passando a culpa para o outro. No fundo o governo é incompetente e não consegue realizar as promessas, muitas vezes lançadas sem capacidade de  execução”, ressaltou.

A audiência discutiu ainda a situação do Projeto Pedra de Ferro, da Bahia Mineração (Bamin). Na visão do deputado, não é razoável que um grupo como a Bamin fique em situação dramática, sem conseguir escoar a produção.

“O projeto está parado desde novembro de 2011. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, tem obrigação de dizer por que esse processo foi interrompido. O investidor não tem mais confiança para investir no Brasil, pois as obras não acontecem”, disse.

O projeto Pedra de Ferro será implementado pela Bamin na região de Caetité, no sudoeste baiano, para produzir aproximadamente 20 milhões de toneladas de minério de ferro por ano com investimento de aproximadamente US$ 2,5 bilhões. Em relação à ferrovia Oeste/Leste, o primeiro trecho de 530 quilômetros vai ligar Ilhéus a Caetité; o segundo trecho vai ligar Caetité a Correntina, no Oeste da Bahia, e o terceiro, de Correntina a Figueirópolis (TO).

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)