Disputa eleitoreira


Governo quer restringir novos partidos para prejudicar adversários de Dilma em 2014, afirma Kaefer

O governo federal quer restringir a criação de partidos políticos no Brasil para prejudicar os adversários de Dilma Rousseff na disputa presidencial de 2014. Essa é a avaliação do deputado Alfredo Kaefer (PR). De acordo com o tucano, não restam dúvidas do casuísmo do projeto de lei (PL 4470/12) que impede a transferência do tempo de propaganda eleitoral de rádio e televisão e dos recursos do Fundo Partidário de deputados que mudam de sigla durante a legislatura. O texto foi aprovado na quarta-feira (17) pelo plenário da Câmara.

“Na verdade é casuísmo, não tenho dúvida nenhuma. Foi criado todo um aparato para impedir a criação de partidos de oposição à Dilma. O objetivo do governo é sufocar essas legendas que podem ameaçar as eleições de 2014”, afirmou o parlamentar nesta sexta-feira (19).

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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, braço-direito da presidente, defendeu publicamente a proposta nessa quinta-feira (18). Para ele, o projeto de lei não é oportunista e sim fortalece a fidelidade partidária. Na opinião de Kaefer, o Planalto usa dois pesos e duas medidas. Conforme destacou, o governo não fez nada para impedir a criação do aliado PSD. “São regras diferentes para o mesmo jogo. Aquilo que lá atrás foi interessante agora deixa de ser. É o jogo de poder que o governo do PT faz”, resumiu.

O tucano lembrou que os partidos de oposição devem apelar à Justiça para barrar a validade da matéria. O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), afirmou ontem que a legenda vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal caso o projeto seja aprovado também pelo Senado.

O texto principal do PL foi aprovado no plenário da Casa depois de longa discussão, em uma sessão que durou mais de 12 horas. Ainda resta concluir a análise dos destaques ao texto. PSDB, PPS, Psol e PV obstruíram a sessão em protesto contra a proposta.

→ A colunista do jornal “Folha de S.Paulo” Eliane Catanhêde afirmou que a proposta “é um claro lance da campanha eleitoral, uma guerra do governo contra as oposições”. Segundo ela, a candidatura de Dilma “teme a multiplicação de adversários no primeiro turno”.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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19 abril, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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