Negócios escusos
Imbassahy quer explicação do ministro de Minas e Energia sobre venda de ativos da Petrobras
O deputado Antonio Imbassahy (BA) apresentou requerimento de informação solicitando explicações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a respeito da venda de ativos da Petrobras na Argentina. A transação envolveu refinarias, distribuidoras, postos de combustíveis, gasodutos, e petroquímicas operadas pela subsidiária “Petrobras Argentina – Pesa”, naquele país.
Imbassahy questiona em que data se deu a decisão de venda da participação acionária da Petrobras na Pesa e qual o percentual de capital envolvido. O tucano sugere que seja encaminhada cópia fiel dos termos do contrato, além dos critérios que levaram a empresa a decidir pela alienação desses ativos. Ele considera que, no momento, as ações da Pesa embutem desvalorização de cerca de 60% quando comparadas com as cotações de 2011.
O acordo de venda da Petrobras envolve 67% das ações de propriedade na Pesa bem como de várias unidades de negócios espalhadas pelo território argentino. O atual plano de desinvestimento da estatal brasileira quanto a negócios de 2013 a 2017 foi aprovado considerando que esse montante será de US$ 10 bilhões, o que pela vultosa importância remete a dificuldades na obtenção de dinheiro novo para investimentos.
Imbassahy critica a negociação. “Como entender então que em 2002, tendo a Petrobras adquirido 58% da maior empresa privada argentina de petróleo – Perez Companc. (posteriormente transformada em Pesa) -, desembolsado US$ 1,1 bilhão, assumido dívidas de US$ 2 bilhões, injetado até 2009, US$ 2,1bilhões e com seus papéis amargando pesada desvalorização desde 2012 – perda de 60% – esses ativos estejam sendo vendidos nesse momento desfavorável à empresa?”, questionou.
O deputado defende que sejam dadas respostas satisfatórias em função do suposto sigilo que a empresa impõe de forma recorrente aos cidadãos brasileiros – seus acionistas majoritários por intermédio da União. “Formulamos o presente requerimento de informações de forma a possibilitar o conhecimento dessa operação por esta Casa, adotando as providências regimentais cabíveis para discutir qualquer possível ação que nos pareça lesiva aos cofres da estatal”, disse na justificativa.
(Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Alexssandro Loyola)
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