Respeito ao consumidor


Projeto de Andreia Zito obriga fornecedores a informar vida útil de bens de consumo duráveis

Projeto de lei de autoria da tucana Andreia Zito (RJ) obriga o fornecedor de produtos a prestar informações ao consumidor sobre o tempo de vida útil de bens de consumo duráveis. Segundo a proposta, os avisos precisam ser claros, precisos, em língua portuguesa e devem constar em todos os produtos comercializados no país. A proposição foi motivada pela baixa qualidade desses bens de consumo. Para a deputada, os produtos estão sendo criados para durar pouco, mesmo com a capacidade industrial existente e com a tecnologia e materiais disponíveis.
 
De acordo com a deputada, as indústrias estão cada vez mais inspiradas no modelo capitalista, em que o lucro máximo é a ideia principal. Por isso, muitas delas tem produzido bens de consumo com durabilidade inferior, o que obriga a reposição imediata, aumentando o consumo e o desejado lucro por parte destes investidores.  “O primeiro problema acontece no bolso do consumidor, que é obrigado a recomprar um produto que utiliza e necessita porque o mesmo parou de funcionar em curto período de tempo”, explica.
 
Para Andreia Zito, o segundo problema é ambiental, e de natureza grave, produzindo consequências sobre muitas gerações. “A quantidade de lixo inorgânico produzido pela humanidade nos dias de hoje é algo alarmante. Na verdade, não temos real consciência das montanhas de lixo derivadas de produtos não perecíveis, como plásticos de toda espécie, cuja decomposição pode levar séculos, que são jogados fora todos os dias em decorrência do desuso ou do não funcionamento dos produtos”, destacou.
 
Reportagem do jornal “O Globo” destaca os produtos são feitos para durar pouco de propósito.  A pouca durabilidade dos produtos e a dificuldade de consertá-los não acontecem por acaso, de acordo com a matéria. “A troca rápida, segundo organizações, define um padrão de produção praticado há quase um século pela indústria: a obsolescência programada. O conceito consiste em reduzir a vida útil e dificultar o conserto de produtos, modificando os projetos e peças com mais frequência, principalmente eletrodomésticos e eletroeletrônicos, para garantir que sejam usados pelo menor tempo possível, acelerando o ciclo de consumo”, diz trecho da reportagem.
 
Recursos naturais são escassos diante do aumento do número de consumidores
 
→ “A iminente escassez de recursos naturais do planeta coloca limites à indústria e exige mudança do atual padrão de produção, afirma o diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Helio Mattar, em entrevista ao “O Globo”.
 
→  Segundo ele, há dois anos, 16% da população mundial (cerca de 1,4 bilhão de pessoas) eram responsáveis por 78% do consumo. Agora, são 150 milhões de novos consumidores por ano. Se o mundo seguir nesse ritmo, em dez anos serão três bilhões de consumidores e, segundo Mattar, não haverá recursos para dar conta de toda essa demanda.
 
(Reportagem: Edjalma Borges/ Foto: Alexssandro Loyola)
 

 

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12 abril, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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