Esclarecimentos à sociedade
Macris pede convocação de ministro para explicar ação da Abin no porto de Suape
O deputado Vanderlei Macris (SP) apresentou nesta terça-feira (9) requerimento convocando o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência (GSI), José Elito. O objetivo é obter esclarecimentos sobre a suposta ação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar portuários e sindicatos contrários à Medida Provisória 595, conhecida como MP dos Portos. Documento sigiloso obtido pelo jornal “O Estado de São Paulo” confirma que o GSI mobilizou a Abin para vigiar os passos dos portuários de Suape, em Pernambuco.
Macris considera fundamental a presença do ministro-chefe para esclarecer a sociedade sobre a ameaça de extrapolar os parâmetros legais e constitucionais instituídos. Conforme explicou, cabe ao Congresso Nacional fiscalizar a questão.
O ofício desmente o ministro-chefe do GSI, que na semana passada chamou de “mentirosa” a reportagem que revelava a ação da Abin no porto de Suape (PE). O "Estadão" mostrou na última quinta-feira (4) que a Abin vigia os passos dos portuários de Suape, em Pernambuco. Na ocasião, o general Elito, após reunião com a presidente Dilma Rousseff, divulgou nota dizendo ser “mentirosa a afirmação de que o GSI/Abin tenha montado qualquer operação para monitorar o movimento sindical no Porto de Suape ou em qualquer outra instituição do país.”
A ordem contida no ofício 022/82105, porém, é clara sobre o monitoramento de sindicatos que atuam em portos. “Dirigentes sindicais ligados à Força Sindical pretendem promover paralisação nacional de 24 horas no dia 19 mar. 2013”, alerta o documento sigiloso. Em outro trecho, cita a Federação Nacional dos Portuários e a Central Única dos Trabalhadores (CUT): “Portuários filiados a essas entidades devem começar a se reunir em assembleias a partir de 15 mar. 2013 para definir os rumos da mobilização – ações paredistas não podem ser descartadas.”
De acordo com a publicação, os objetivos da ação da Abin, em 15 estados litorâneos, são "informar a disposição dos portuários em promover greve e apontar eventual apoio de outras categorias". O alvo central seriam os sindicalistas ligados à Força Sindical. A central se uniu às críticas do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), à MP dos Portos.
(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Alexssandro Loyola)
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