Regime especial


Propostas de deputados tucanos visam assegurar emprego de trabalhadores domésticos

O PSDB assumiu o protagonismo na luta pelos direitos dos trabalhadores domésticos, assegurados pela Emenda Constitucional 72. Deputados do partido elaboraram propostas alusivas à emenda que facilitam as relações entre patrões e empregados e criam deduções fiscais para os empregadores. Os projetos de lei apresentados pelos tucanos visam assegurar o emprego de milhões de brasileiros, já que as novas regras implicam em mais custos para quem emprega.

Proposta do líder Carlos Sampaio (SP) cria a figura do microempregador doméstico e estabelece um regime especial para recolhimento mensal de contribuição para o INSS e para o FGTS para essas pessoas. Se encaixam nesse perfil aqueles que admitem a seu serviço, sem finalidade lucrativa, empregado doméstico e cuidador de pessoa idosa, doente ou com deficiência. O pagamento será feito em documento único de arrecadação, com o objetivo de facilitar a vida do empregador.

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Deputados tucanos destacaram a importância da proposta e consideraram as iniciativas do partido como essenciais para garantir os empregos desses trabalhadores.  Reinaldo Azambuja (MS) afirma que o PSDB sai na frente com uma proposta moderna que vai trazer facilidade e agilidade nas relações entre quem contrata e quem presta os serviços domésticos.

“O partido facilita para que o empregador possa cumprir aquilo que a emenda garante aos trabalhadores. Queremos os direitos trabalhistas, mas não queremos que ninguém perca o emprego”, afirmou.  “A emenda constitucional garante direitos tão importantes e não pode ser motivo de perda de emprego das pessoas que por ela são beneficiadas”, completou.

Entre outras coisas, a proposta do líder reduz a contribuição para o INSS de 20% para 8% incidente sobre o valor do salário registrado em carteira assinada pelo microempregador doméstico, sendo 5% pagos pelo patrão e 3% pelo empregado. Para o FGTS, o valor a ser pago será de 4% sobre o salário. Durante o período da licença à gestante e do afastamento decorrente de acidente do trabalho do empregado doméstico, o microempregador poderá contratar por tempo determinado, observado o prazo máximo da licença ou do afastamento, empregado para substituir o que está licenciado ou afastado.

Já proposta do deputado Otavio Leite (RJ) estabelece dedução de 30% no imposto de renda do empregador que contratar um trabalhador doméstico. O projeto de lei do tucano também surgiu diante da preocupação com o risco de demissões.

Por sua vez, o deputado Izalci (DF) sugere, também em projeto de lei, alteração da lei do imposto de renda (Lei 7.713/88) para incluir entre as despesas que podem ser deduzidas da base de cálculo do IR àquelas referentes ao pagamento de empregados domésticos, desde que feitos regularmente.

Em discurso nesta sexta-feira (5), o tucano defendeu as medidas e afirmou que o partido está sintonizado com uma demanda importante e atual. Izalci afirma que não pode ser dada a pessoa que contrata um trabalhador para os serviços domésticos o mesmo tratamento dado a um empresário, do ponto de vista das obrigações fiscais. “A família tem um objetivo diferente da empresa. O empresário visa o lucro, a família quer apenas o bem estar”, destacou.

“Estabelecemos e, por merecimento, que todos os trabalhadores domésticos tivessem os mesmos direitos dos trabalhadores das empresas. Corrigimos uma deficiência de alguns anos. Mas nós temos que corrigir agora o tratamento que vamos dar para as famílias”, alertou. 

O tucano afirma que é necessária atenção para os projetos, para que realmente haja uma solução compatível para o impasse gerado em torno de uma medida importante e que teve o intuito de beneficiar os trabalhadores. Izalci lembrou que no país existem mais de 7 milhões de empregadas domésticas, e apenas 2,7 milhões com carteira assinada. “Nós não queremos que a emenda aprovada incentive ainda mais a informalidade”, reforçou.

→  A proposta de Carlos Sampaio será apresentada na próxima reunião da Comissão Mista criada para consolidar a legislação federal e regulamentar dispositivos da Constituição. Na última semana, o líder tucano havia sugerido que os trabalhos do colegiado se iniciem pela regulamentação da emenda constitucional que trata dos direitos das domésticas. A sugestão foi aceita e Sampaio recebeu da presidência do colegiado a incumbência de apresentar uma proposta. O tucano se adiantou e apresentou o projeto de lei.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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5 abril, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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