Sistema falho


Marchezan quer averiguação de responsáveis por sistema de prevenção a incêndios na tragédia de Santa Maria

O deputado Nelson Marchezan Júnior (RS) questionou nesta quarta-feira (3) delegados da Polícia Civil sobre os desdobramentos da tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou 241 pessoas em janeiro. O tucano quer saber quem são os responsáveis pela adoção do sistema de prevenção e combate a incêndios, já que ele não se mostrou eficiente.

“Seria muito importante averiguar quem são os responsáveis técnicos que autorizaram a compra disso pelos bombeiros em cada município. E se há de alguma forma uma articulação entre bombeiros que ganham alguma comissão ou não. Enfim, por que esse sistema absolutamente falho, que os próprios bombeiros disseram não saber usar, estava sendo usado. Esta foi sem dúvida uma das causas do ocorrido”, observou.

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Quanto ao Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público e os donos da boate, Marchezan também cobrou apuração. Segundo ele, as alterações feitas no estabelecimento podem ter agravado a tragédia. Ele se refere à colocação da espuma para isolamento acústico.

“Essa foi a principal causa de todas as reformas e alterações que geraram o incêndio. Não foram em nenhum momento chamados ao processo alguns agentes, nem o promotor, nem os servidores do Ministério Público que fotografaram e analisaram as mudanças. Eles estiveram lá, determinaram a prorrogação do prazo para que a boate apresentasse algumas autorizações da prefeitura”, disse.

Segundo os delegados, 28 pessoas foram indiciadas. A polícia concluiu o inquérito em 55 dias e neste período foram ouvidos 860 depoimentos. Mesmo assim, não foram elucidadas todas as dúvidas sobre as causas do episódio. Os delegados informaram que em 40 segundos, depois que o sinalizador atingiu a espuma, a fumaça tóxica com cianeto tomou conta o local, asfixiando as pessoas. Eles disseram que a falta de saída de emergência também foi uma das causas responsáveis pela dimensão do caso.

Na próxima terça-feira, os deputados que integram a comissão externa que acompanha as investigações devem ouvir o promotor de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Ricardo Lozza. Ele é o responsável pelo TAC.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Zeca Ribeiro/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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3 abril, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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