Ficando para trás


 

Resultado da balança comercial mostra que país está cada vez mais perdendo competitividade 

A balança comercial do país registrou o pior resultado para um primeiro trimestre em 20 anos. Quem mais perde espaço são nossos produtos manufaturados, retraindo-se em mercados importantes, como os EUA e a Argentina. "O país importa cada vez mais e exporta cada vez menos, numa clara indicação de que está perdendo competitividade: nossos produtos são caros, o custo do trabalho, ascendente e as condições de infraestrutura, inadequadas", destaca a Carta de Formulação e Mobilização Política desta terça-feira (2). Leia abaixo a íntegra:

Mais um importante indicador divulgado ontem mostra as dificuldades que atravessa a economia brasileira. A balança comercial do país registrou o pior resultado para um primeiro trimestre em 20 anos. O Brasil importa cada vez mais e exporta cada vez menos, numa clara indicação de que está perdendo competitividade.

Entre janeiro e março, a balança comercial brasileira exibiu déficit de US$ 5,2 bilhões. Desde 2001, o saldo não ficava negativo neste período do ano e jamais, desde o início da série histórica, em 1993, o rombo fora tão acentuado. Para se ter ideia, no mesmo período um ano atrás, o país alcançara superávit de US$ 2,4 bilhões. É mais um dos estragos que o governo do PT produz na economia do país.

O Brasil enfrenta dificuldades crescentes para colocar seus produtos no mercado externo. Nestes três meses, nossas exportações caíram 7,8% em comparação com o mesmo período de 2012. Na outra ponta, as importações cresceram 6,2%. (Quando se considera a média diária, houve queda de 3,1% e aumento de 11,6%, respectivamente.)

Quem mais vê seus espaços sendo reduzidos são nossos produtos manufaturados, cujas exportações caem 3,6% no ano. O Brasil está perdendo nacos crescentes de mercados importantes, como o dos Estados Unidos e o da Argentina. No trimestre, nossas exportações para os norte-americanos caíram 20% e para os argentinos, 5,9%.

Parte dos maus resultados do trimestre deriva da manipulação contábil de operações de importação de petróleo realizadas pela Petrobras no ano passado, mas só agora computadas nas estatísticas de comércio exterior. A maquiagem buscou livrar o resultado comercial do país em 2012 de uma queda – que chegou a 35% – ainda mais acentuada. De US$ 4,5 bilhões, ainda falta contabilizar US$ 1,8 bilhão, propagando os efeitos negativos da medida por mais alguns meses.

Numa leitura mais geral, a balança comercial brasileira está cada vez mais dependente das divisas geradas pelo agronegócio, enquanto bens duráveis e não duráveis, petróleo e derivados e bens de capital estão levando nossos dólares embora, conforme avalia um analista da GO Associados ouvido pelo Valor Econômico.

Segundo esta projeção, o agronegócio deve contribuir com superávit de cerca de US$ 70 bilhões em 2013 (foram US$ 79 bilhões no ano passado), enquanto os bens de consumo devem ter déficit de cerca de US$ 5 bilhões e os bens de capital, saldo negativo de US$ 47 bilhões.

O mais preocupante é que, como se vê diariamente em portos, estradas e hidrovias do país, nossas exportações agrícolas enfrentam dificuldades crescentes. A logística caquética já nos rendeu o cancelamento de embarques de soja equivalentes a 5% do que prevíamos exportar. Os custos ascendentes dos fretes deverão comer pelo menos US$ 4 bilhões dos ganhos com as vendas de cereais ao exterior, segundo a Folha de S.Paulo.

(Fonte: ITV/ Foto: Porto de Santos)

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2 abril, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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