A propaganda é a alma do negócio, por Carlos Roberto
Certamente, você já foi ao supermercado e pegou na prateleira um iogurte que nunca tinha experimentado antes mas – mesmo assim – levou para casa, frustrando-se logo em seguida, já que o sabor não era aquele esperado. Ainda com o gosto amargo na boca, o arrependimento veio rapidamente e você prometeu nunca mais deixar ser iludido pela bela propaganda exibida na televisão, cheia de cores e adjetivos, que fazia aquele produto parecer o suprassumo dos iogurtes.
É mais ou menos essa a situação que vive o Brasil. Está cheio de gente se deixando iludir pela propaganda – mentirosa – do governo federal, que vende a presidente Dilma Rousseff, como uma grande gestora e administradora. A cria de Lula bate recordes de popularidade, apesar de o país voltar a viver uma grave crise econômica, que é empurrada de todas as formas possíveis para baixo do tapete.
Infelizmente, para o país, toda a sujeira, que inclui a volta da inflação, baixo crescimento econômico, investimentos pífios em infraestrutura, começa a tomar corpo e vazar para fora. Mesmo assim, a propaganda oficial – a alma do negócio que se tornou o projeto de poder do PT – tenta passar a impressão de que tudo está lindo e maravilhoso. Afinal, o Brasil é o país da Copa.
Assim como o consumidor só irá perceber que o iogurte da propaganda bonita tem um gosto amargo, quase insuportável, depois de abri-lo, o eleitor – o mesmo que hoje aclama a presidente, segundo algumas pesquisas de opinião – logo irá perceber que foi iludido ao ver aquele comercial em rede nacional, dando conta de que o preço do arroz e feijão iria baixar, como em um passe de mágica. De novo, ele começa a entender que o salário acaba antes do mês, fruto da inflação, que volta a passos largos.
Dilma demonstra, a cada declaração, que não passa de apenas um produto de marketing, de gosto amargo. Nesta semana, ela teve a pachorra de dizer que os desabrigados pelas chuvas são os maiores culpados pelos problemas que enfrentam. A presidente não explicou, no entanto, porque apenas um real dos três reais disponíveis para prevenção aos desastres naturais é realmente aplicado. Dois reais desaparecem na inoperância de uma administração vazia, sem conteúdo e despreocupada com a vida das pessoas.
Em vez de seguir o exemplo do novo papa Francisco, que demonstra sua opção pelos mais necessitados, Dilma foi para Roma acompanhar a missa inaugural do sumo pontífice envolta em glamour. Levou quatro ministros e assessores, que precisaram de 52 quartos em hotel de luxo e 17 veículos alugados. A diária da suíte presidencial custa cerca de R$ 7.700.
Tudo isso era desnecessário, já que há uma residência oficial da Embaixada do Brasil, instalada em um amplo palacete no centro histórico de Roma e que costuma receber mandatários do país. Só que esse desperdício de dinheiro do povo não é divulgado em cadeia nacional de rádio e TV. As contra-indicações desse governo só aparecem na mídia em letras miúdas, quase ilegíveis. Afinal, a propaganda é a alma do negócio.
(*) Carlos Roberto é deputado federal, presidente do PSDB Guarulhos e industrial. (Foto: Alexssandro Loyola)
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