Condições indignas

A pedido de Feldman, parlamentares acompanharão de perto situação de brasileiros presos na Bolívia

A Comissão de Relações Exteriores aprovou nessa quarta-feira (13) requerimento do deputado Walter Feldman (SP) que pede a formação de delegação de parlamentares para acompanhar a situação dos 12 torcedores do Corinthians detidos pela suspeita de envolvimento na morte de Kevin Beltrán Espada na Bolívia. O tucano quer conhecer as medidas que estão sendo tomadas pelos governos brasileiro e boliviano para garantir o direito à ampla defesa e averiguar a dignidade das instalações dos torcedores.

Conforme lembrou o tucano, em fevereiro o time foi à Bolívia disputar uma partida da Libertadores contra o time de San José. Durante o jogo, um sinalizador foi disparado e atingiu o torcedor boliviano de 14 anos, que morreu. A polícia local prendeu 12 corintianos como supostos responsáveis pela tragédia.

Feldman, que vem acompanhando as informações sobre o caso, viajou em missão oficial para o país pela CPI do Trabalho Escravo e teve acesso a relatórios  produzidos pela embaixada brasileira que apontam graves violações de direitos e as condições sub-humanas que os detidos estão vivenciando na prisão de Oruro.

Na Bolívia, o deputado foi chamado pela embaixada boliviana para acompanhar o andamento da situação dramática dos presos. “Estamos trabalhando para libertar esses torcedores que estão em condições indignas de prisão e em uma situação equivocada do ponto de vista dos direitos humanos, pois estão presos sem julgamento e condenados sem nenhuma prova de culpa”, ressaltou.

Diante do quadro de violação de direitos, Feldman considera fundamental a criação de uma delegação de parlamentares para acompanhar de perto o cumprimento de direitos que são fundamentais não só aos brasileiros, mas a todos os seres humanos.

A viagem teve o objetivo de acompanhar a conexão entre a Bolívia e o Brasil na exportação de pessoas para trabalhar de forma análoga à escravidão, particularmente em São Paulo, na área de confecção têxtil. Lá, foi identificado que realmente há essa conexão. Feldman defende a criação de mecanismos que impeçam esse tipo de trabalho.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)