Gargalo ao crescimento


Azeredo: falta vontade política da gestão petista para resolver gargalos de infraestrutura

Os problemas na área de infraestrutura do Brasil parecem não ter fim. Nas estradas concedidas pela gestão Lula, os investimentos não foram feitos pelas concessionárias. Para analistas, a falta de malha viária é um gargalo ao crescimento, já que as deficiências no setor colocam em risco a distribuição e exportação de 185 milhões de toneladas de grãos. Para o deputado Eduardo Azeredo (MG), a falta de decisão do PT é o maior entrave. “É um governo que não faz e nem deixa os outros  fazerem”, disse.

Levantamento feito pelo jornal “O Estado de S. Paulo” mostra que quase 20% dos investimentos estabelecidos em edital para melhoria das condições das sete rodovias federais arrematadas pela iniciativa privada no primeiro leilão do governo Lula não foram aplicados. O volume de recursos definido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) era de R$ 4,5 bilhões, mas apenas R$ 3,8 bilhões foram aplicados.

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Obras prioritárias – e milionárias – das concessões de 2007 nem sequer foram iniciadas, como é o caso da duplicação do trecho central da Serra do Gafezal, em São Paulo; do contorno da Grande Florianópolis, em Santa Catarina, e da duplicação da Avenida do Contorno, no Rio de Janeiro. Obras menores foram feitas, mas a qualidade  das rodovias continua suscitando dúvidas nos motoristas.

Azeredo não vê novidade nos gargalos rodoviários do país. Para ele, os números divulgados só reforçam o que o PSDB vem denunciado: a exaustão no setor. “Existe uma desorganização no governo e falta de vontade política para resolver a questão da infraestrutura brasileira”, apontou.

O governo atual não consegue fazer os aportes no setor deslancharem. “Isso acontece não por falta de dinheiro, mas por falta de gerenciamento, gestão e vontade do PT em resolver a questão. Existem problemas burocráticos, mas a presidente não tem conseguido enfrenta-los com coragem”, afirmou.

Relatório do Tesouro Nacional mostra que os investimentos do Ministério dos Transportes encolheram 0,12 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, na comparação com o ano anterior. Caíram de R$ 13,5 bilhões, ou 0,33% do PIB, para R$ 9,2 bilhões, 0,21% do PIB, o maior recuo entre os órgãos do governo federal no ano passado, sendo que a pasta é o carro-chefe das obras de infraestrutura. Ou seja, foram R$ 4,3 bilhões a menos de investimentos. A informação é do jornal “O Globo”.

Investimento abaixo do esperado

→ O trabalho baseou-se nos editais de licitação de 2007, onde constavam os valores de investimentos definidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O montante – corrigido pela inflação de 2007 apenas até o ano previsto para cada investimento – foi comparado com os valores informados pelas concessionárias administradas pelas espanholas Arteris (ex-OHL); Rodovia do Aço, da Acciona; e Transbrasiliana, da BRVias.

→ Sem considerar os dados da Rodovia do Aço (BR-393), que informou apenas os números até 2011, o volume de investimentos deveria ter sido de R$ 4,5 bilhões. Mas, até agora, só R$ 3,8 bilhões foram aplicados. Os investimentos referentes aos projetos parados não foram atualizados. Ou seja, a diferença pode ser ainda maior se forem considerados preços correntes.

→ Os argumentos para os atrasos são variados. Vão de entraves no licenciamento, mudança nos projetos por divergência da sociedade, problemas de desapropriação de áreas e dificuldade para remoção de redes elétricas e adutoras de água nos locais das obras, segundo a superintendente de infraestrutura rodoviária da ANTT, Viviane Esse.

→ Segundo o Ministério da Saúde, os acidentes de trânsito consumiram R$ 200 milhões dos cofres públicos em 2011, incluindo não só as ocorrências em estradas, mas também nas cidades, em ruas e vias.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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11 março, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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