Benefício inconcebível


Após iniciativa do PSDB, Câmara aprova fim do 14o e 15o salários

O PSDB atuou como protagonista da aprovação do fim do 14º e 15º salários nesta quarta-feira (27), quando o plenário da Câmara votou o fim da ajuda de custa aos deputados. O líder tucano na Casa, Carlos Sampaio (SP), tomou a iniciativa e propôs a votação urgente da matéria durante reunião de líderes na semana passada. Os parlamentares aprovaram a urgência para o projeto no início da noite e logo em seguida ratificaram, por unanimidade, a extinção dos salários extras. O benefício era pago no início e no final de cada ano. O Projeto de Decreto Legislativo 569/12 vai à promulgação.

Segundo Sampaio, a medida é moralizadora e importante para o Parlamento.  Para ele, o benefício é injustificável, inconcebível e indefensável. “Enquanto o brasileiro trabalha ao longo de um ano para receber o seu 13º, não é justo nós trabalharmos o mesmo período e fazermos jus ao 14º e 15º salários. Portanto, é uma medida moralizadora que vai ao encontro dos interesses da sociedade”, destacou. “Não é com uma boa mídia ou uma boa agência de publicidade que vamos mudar a imagem desta Casa. É com uma postura que reaproxime o Parlamento da sociedade e volte a dar os créditos que perdeu junto a ela”, completou.

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O líder tucano cumprimentou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, pela rapidez com que pautou a proposta. “Antigamente se buscava a unanimidade do colégio de líderes para se colocar um tema de importância nacional em pauta. Vossa Excelência foi atrás do consenso, tomou uma medida que vai ao encontro da sociedade e hoje votamos o fim do 14º e 15º salários desta Casa”, afirmou.

Para Vanderlei Macris (SP), o resultado é histórico. “A votação dessa proposta é um marco importante. O cidadão vai olhar isso e dizer: ‘o meu Parlamento atua em consonância com a vontade da sociedade’”, declarou.

O parlamentar destacou o protagonismo do PSDB ao propor a medida. “O partido reivindicou a inserção na pauta dessa proposta na primeira reunião de líderes do ano. A iniciativa adquiriu força. Era um anseio da sociedade e precisava ser votada imediatamente. Os líderes todos concordaram e esse Parlamento em festa acaba aprovando, depois de um atraso grande, o final dessa excrescência”, ressaltou.

Na opinião do deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP), a votação tem duplo significado. O tucano lembrou que ele abriu mão dos pagamentos. “Expurgar algo indefensável, injustificável e que nós já deveríamos ter feito há muito tempo. O outro significado é o início do fim desse divórcio entre as ações desta Casa e o que pensa a comunidade”, apontou.

O deputado Ruy Carneiro (PB) falou da satisfação em atender os anseios populares com a votação. “O 14º e o 15º salários eram benefícios sem justificativa. Com qualquer pessoa que você conversasse, um cidadão que trabalha normalmente, recebia o 13º. Qual era a justificativa para um deputado receber 14º e 15º?”, questionou.

César Colnago (ES) lembra que os pagamentos extras poderiam fazer sentido nas décadas de 50 e 60, quando a realidade do transporte era diferente. “Na verdade, acabou virando um privilégio, porque essa necessidade há muito deixou de existir”, completou. Segundo ele, o PSDB continuará a debater mudanças importantes, como o fim do voto secreto.

Para João Campos (GO), a votação foi o início de uma caminhada para restaurar o encontro do Parlamento com a sociedade. “Não é um ato isolado que vai permitir isso, evidentemente, um conjunto de outros atos e posturas nossas que farão com que o Parlamento volte a ser o orgulho da sociedade”, finalizou.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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27 fevereiro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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