Viés político


Emenda do PT para desonerar cesta básica meses após veto de Dilma é oportunista, avaliam tucanos

Cinco meses após a presidente Dilma Rousseff vetar iniciativa do PSDB para zerar os impostos federais incidentes sobre os alimentos da cesta básica, deputados do PT apresentaram uma emenda à Medida Provisória 603/13 com o mesmo objetivo e idêntico teor. Na avaliação de deputados tucanos, a postura revela oportunismo. Segundo os parlamentares, a intenção de Dilma de ratificar a proposta petista depois de ter vetado a emenda do PSDB demonstra o viés político em detrimento dos interesses da população, principalmente dos mais pobres.

“A presidente Dilma vetou a iniciativa do PSDB prejudicando o povo brasileiro só para depois levar o mérito para o PT. Se hoje ela pode aprovar, por que não aprovou meses atrás quando nós levamos o projeto pronto para ela? Isso mostra o tipo de governo, sem o menor compromisso com a verdade e o interesse público, que temos”, declarou Domingos Sávio (MG) nesta segunda-feira (25).

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Para ele, o PT e a presidente Dilma mostram desrespeito não só com a democracia, mas com o cidadão mais pobre. “Se hoje o PT apresenta essa proposta com o mesmo texto e a presidente manifesta disposição de aprovar, isso mostra que no dia em que ela vetou a emenda do PSDB, poderia ter sancionado e o cidadão brasileiro já estaria pagando mais barato pela cesta básica”, disse.

De acordo com Antonio Carlos Mendes Thame (SP), a posição do Partido dos Trabalhadores “mostra uma forma mesquinha de governar”. “É lastimável que o governo tenha vetado lá atrás e só agora, meses depois, venha a apresentar a mesma emenda, a mesma proposta, com os mesmos fins. Esperamos que desta vez a presidente não vete e a população saia ganhando com isso”, ressaltou.

O deputado destacou que a desoneração dos produtos da cesta básica representará uma melhoria da qualidade de vida das pessoas que ganham menos. “Com isso se aumentaria o gasto do trabalhador com comida. Ele iria consumir mais e melhorar sua condição de vida”, resumiu.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a carga fiscal média que incide sobre os alimentos está na faixa de 14,1%. A emenda do ex-líder tucano na Câmara, Bruno Araújo (PE), à Medida Provisória 563/12 propôs reduzir a zero as alíquotas do PIS/Pasep, da Cofins e do IPI. A sugestão foi aprovada por unanimidade na Câmara e no Senado, mas foi vetada pela presidente Dilma.

Veja aqui a íntegra da iniciativa do PSDB e da emenda do PT.

A frase

“O PT não entende que as colaborações da oposição são no sentido de aprimorar o governo, fazer com que ele erre menos e acerte mais e, portanto, seja mais condizente com aquilo que a população espera.”
Deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP)

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Tânia Rêgo/ABr/ Áudio: Elyvio Blower)

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25 fevereiro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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