Trabalho idôneo


Nilson Leitão cobra investigações contra ministro da AGU

Um pedido de abertura de um processo administrativo disciplinar contra o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Luís Inácio Adams, feito por uma sindicância interna no órgão foi arquivado pelo corregedor-geral, Ademar Passos Veiga, indicado pelo próprio ministro. O documento, produzido depois que a Polícia Federal, por meio da operação Porto Seguro, mostrou irregularidades na AGU, passaria despercebido se não fosse reportagem do jornal Folha de S. Paulo. Com a repercussão, o relatório foi enviado à presidente Dilma Rousseff, que decidirá se continuam ou não as investigações.

O líder da Minoria na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT), ressalta que alguém com cargo tão importante, como é o caso de Adams, que defende judicialmente o governo e presta consultoria jurídica à presidente, não pode ter qualquer tipo de dúvidas sobre a idoneidade do trabalho. “As investigações da operação Porto Seguro são muito claras. Há indícios muito fortes da participação de servidores da AGU no esquema de pareceres técnicos irregulares. Então, há duas opções: ou o ministro está envolvido até o pescoço ou é um péssimo gestor e não sabe o que se passa no órgão que comanda”, observa o tucano.

Ainda segundo ele, o ministro deveria prestar esclarecimentos no Congresso Nacional. “Infelizmente, o governo do PT tem essa forma de conduzir o ilegal, especialmente quando a suspeita recai sobre aliados, como é o caso”, diz.

A matéria da Folha de S. Paulo afirma que, caso Dilma Rousseff opte por seguir com as investigações sobre Adams, ele teria de deixar o cargo. “As condutas consideradas suspeitas de Adams envolvem aprovação de pareceres e decisões sobre processos em que a AGU tinha participação sem fazer consultas a setores internos do órgão”, adverte a publicação.

Operação
Em novembro do ano passado, a Polícia Federal deflagrou a operação Porto Seguro, com o objetivo de acabar com um esquema de emissão de pareceres e laudos técnicos em favor de empresas com interesse em processos com a União. A ação da PF levou à prisão diretores de agências reguladoras e ao indiciamento de 18 pessoas. A ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha e ex-advogado-geral-adjunto da União, José Weber Holanda deixaram os cargos após as denúncias. Segundo as informações à época, ambos estavam ligados à prática de tráfico de influência.

(Da assessoria do deputado/ Foto: Alexssandro Loyola)

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25 fevereiro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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