Sofrimento

Ruy Carneiro cobra ações da gestão petista no combate à seca do Nordeste

O deputado Ruy Carneiro (PB) condenou nesta quarta-feira (6) a inércia do governo do PT em relação à seca que atinge 1.046 municípios do Nordeste onde vivem mais de 20 milhões de pessoas, que correspondem a 91% da população do semiárido.

Em pronunciamento na Câmara, o tucano lembrou que desde 1912 não ocorrem chuvas seguidas nos meses de março, abril, maio e junho no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e no norte de Minas Gerais. Segundo ele, o governo federal ignora o sofrimento do sertanejo e a dizimação do rebanho bovino.

“O Nordeste brasileiro vive a maior e mais devastadora seca dos últimos 40 anos, uma das mais inclementes de todas as 73 já registradas na região, desde 1559. Mas o governo federal, que gasta alguns bilhões de dinheiro público para a construção de estádio para três ou quatro jogos da Copa do Mundo, não conseguiu sequer reiniciar as obras de transposição do São Francisco, paralisadas por exigências do Tribunal de Contas, diante de incontáveis trapalhadas na execução do projeto”, afirmou.

O deputado ressalta que o Planalto removeu obstáculos políticos e superou limites legais para flexibilizar a lei de licitações para a Copa, mas não montou nenhuma logística para transportar o milho da região para os portos. O parlamentar informa que em 2012 a agricultura nordestina sofreu uma perda de 80% da safra e o rebanho foi reduzido pela metade. A produção do leite caiu 70%, assim como a da apicultura.

Carneiro destaca que o sertanejo só tem uma saída: pagar o caminhão-pipa a cada 15 dias por R$ 100 ou R$ 120, valor bem acima do repasse mensal da bolsa estiagem enviada pela gestão petista. De acordo com Carneiro, o Brasil dispõe de conhecimento, tecnologia e recursos para enfrentar a seca, mas não quer resolver o problema. “Peço ao governo mais sensibilidade. É chegada a hora de ações efetivas. É preciso limpar açudes e barreiros preparando-os para receber mais água quando chover”, cobrou.

Ele pediu ao governo que implante um ponto de água em cada propriedade rural, como cisterna de placa ou de calçada, além de barreiros para os animais. Segundo o tucano, o homem do campo se sente envergonhado ao suportar a fome por causa da seca.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)