Planejamento fraco

Gastança recorde e poucos investimentos comprovam ineficiência do governo federal, apontam tucanos

A gastança recorde do governo federal é preocupante, na avaliação de deputados do PSDB. As despesas do Executivo em 2012 superaram R$ 800 bilhões, uma alta de 11% em relação ao ano anterior. Enquanto os investimentos cresceram 13%, o custeio com a máquina pública subiu 16,3% ano passado, mesmo diante do PIBinho. Segundo os parlamentares tucanos, os números comprovam a ineficiência da gestão da presidente Dilma.

Para César Colnago (ES), a administração petista não tem o mínimo planejamento e controle dos gastos. “A sociedade paga muitos impostos neste país e não tem a contrapartida do Estado. A economia está desacelerando e eles continuam a não ter qualquer preocupação com o controle dos custos do governo e aí não há recursos para investimento”, disse nesta quarta-feira (30). “O governo federal gasta muito, mas não aplica onde precisa para atender às expectativas da população”, completou.

Na opinião de Vaz de Lima (SP), o governo gasta mal. “Se a despesa cresceu, o ideal seria que ela tivesse crescido no investimento. Quando você gasta só no custeio da máquina, é gasto. Quando você faz investimento em obras e infraestrutura, por exemplo, pode atrair mais investimentos e gerar melhores condições para o país”, explicou. 

O aumento dos gastos públicos, combinado com o menor crescimento das receitas, levou a equipe econômica a fazer um malabarismo fiscal para fechar as contas do ano passado. Apesar das manobras, o governo não conseguiu cumprir a meta fiscal. O superávit primário em 2012 foi de R$ 105 bilhões. O resultado equivale a 2,38% do PIB  e é cerca de 25% inferior à meta estipulada para o ano de R$ 139,8 bilhões ou 3,1% do PIB. Em 2011, a economia do setor público para pagar juros da dívida ficou em R$ 128,7 bilhões, 22% a mais do que o registrado no ano passado. As informações foram divulgadas hoje pelo Banco Central. 

Conforme destacou Colnago, os problemas da economia não podem ser resolvidos pela “mágica” contábil. “A economia não tem mágica. Há uma queda de receita em função da atividade econômica, a qual diminui pela ineficiência da máquina pública. Com isso, há uma diminuição dos investimentos que muito poderiam estar ajudando a compensar esse PIBinho”, declarou. 

“Isso só mostra que a política implementada pelo governo Dilma é muito ruim. Esse é um governo da maquiagem, do engodo, que usa esse expediente para contar lorota para o povo brasileiro”, ressaltou Vaz de Lima. 

Aumento de despesas, inflação em alta e crescimento baixo

→ Para o economista-chefe do BES Investimento, Flávio Serrano, o resultado de 2012 foi muito ruim. Segundo ele, o governo optou por aumentar suas despesas e fazer desonerações para estimular a demanda num momento em que o problema está na oferta. Isso acabou gerando inflação num cenário de crescimento baixo. O IPCA fechou 2012 em 5,84%, acima do centro da meta de 4,5%, e o crescimento do PIB ficou abaixo de 1%, segundo estimativas.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: /Áudio: Elyvio Blower)