Só no papel


Macris: promessas de Dilma estão longe de serem cumpridas após dois anos de mandato

Durante a campanha presidencial de 2010, Dilma Rousseff apresentou ao país 13 compromissos que serviriam de diretrizes para seu governo. No entanto, em uma análise dos dois primeiros anos da petista à frente do Palácio do Planalto, fica evidenciada a diferença entre as promessas e a realidade. O deputado Vanderlei Macris (SP) analisou algumas das metas de Dilma e afirma que a presidente está longe de alcançá-las.

O tucano acredita que o compromisso assumido pela petista em relação à reforma política não se tornará realidade. No texto de 2010, Dilma dizia que a mudança seria definida com amplo diálogo com a sociedade e suas organizações, por meio do Congresso Nacional. A medida daria mais consistência à representação popular e aos partidos, eliminando as distorções nos processos eleitorais, resultando em mais transparência às demandas da sociedade e garantindo a eficácia no combate à corrupção. Na prática, o Planalto não mexe uma palha para promover a reforma política.

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“A reforma política era parte de um compromisso que não está sendo cumprido. Pelo contrário, para ela está muito bem da forma como está. Ela mantém uma ampla maioria no Congresso, formada na base das barganhas políticas. Evidentemente, por essa razão, não há interesse nenhum de cumprir o que foi prometido na campanha”, avalia o tucano.

Outro compromisso firmado pela petista era incentivar o desenvolvimento do país. “No governo Dilma, será dada continuidade e profundidade a políticas que mantenham e expandam os níveis de crescimento alcançados nos últimos anos”, dizia o documento da campanha.

No mundo real, em 2011, mesmo com o otimismo nas alturas por parte do ministro da Fazenda, o PIB cresceu apenas 2,7%. No ano seguinte o otimismo e as previsões eram ainda mais generosos – o governo acreditava em mais de 4% -, mas a realidade se mostrou cruel para Dilma e sua equipe econômica: apenas 1% de expansão.

Para Macris, a economia brasileira está muito aquém do compromisso firmado por Dilma. Segundo ele, basta observar que o país é um dos que menos cresce em toda a América Latina e entre os emergentes. “Já há um processo de desemprego no Brasil, fruto de um crescimento pífio e que não tem nada a ver com aquilo que o governo mostra em suas propagandas”, pontua.

Outra garantia dada por Dilma aos eleitores foi a de que a política energética seria compatível com as demandas de um país moderno. Em suas palavras, seria dada “ênfase à produção de energia renovável e à pesquisa de novas fontes limpas”. A quantidade de apagões desde 2011 comprova que a promessa não foi cumprida. O complexo eólico de Caetité, em construção na Bahia, é exemplo do descaso da gestão petista. Se estivesse pronto, poderia abastecer uma cidade do tamanho de Brasília, mas está parado por falta de atitude do governo.

Para Macris, a ampliação do sistema elétrico é fundamental. “Olha a situação que estamos passando: precisamos segurar o crescimento porque se o Brasil crescesse como deveria não haveria energia suficiente para comportar isso. Tudo porque o governo não investiu”, alertou.

Como se não bastasse o descumprimento das promessas, no site da Presidência da República passou a constar uma nova versão dos compromissos de campanha. Curiosamente, trechos importantes foram limados ou modificados, sobretudo os que dizem respeito a áreas nas quais Dilma não conseguiu cumprir nem de longe suas promessas. Entre eles estão a reforma política, o crescimento da economia e melhorias do setor energético.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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23 janeiro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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