Redução significativa
Vaz de Lima: governo gasta mal e deixa de lado investimentos em setores essenciais
Apesar de os gastos do governo federal terem batido recorde em 2012, importantes setores receberam menos investimentos nos dois últimos anos. Segurança pública, transportes, reforma agrária e urbanismo-saneamento estão entre as áreas pouco prestigiadas. Todos sofreram redução entre 19% e 25% no volume de recursos. Na avaliação do deputado Vaz de Lima (SP), os dados enfraquecem a imagem de gestora de obras que o marketing oficial tenta vender a respeito da presidente Dilma Rousseff. “Ela não consegue gerenciar a máquina pública e com isso o país sofre as consequências”, avaliou o parlamentar nesta segunda-feira (21).
O tucano afirma que as discrepâncias do Planalto são grandes e refletem uma contradição entre o discurso, que promete crescimento econômico, e a prática, pois a infraestrutura não é tida como prioridade. Em 2012, os gastos do governo federal atingiram recorde histórico e devem superar pela primeira vez 18% do PIB.
Vaz de Lima afirma, no entanto que há um abismo entre gastos e investimentos. Os setores de Educação e Assistência Social, por exemplo, tiveram 25,4% e 24% a mais de gastos no último biênio. O tucano afirma que nesses casos o governo não investiu, mas apenas gastou dinheiro, pois não houve melhoras ou retorno nessas áreas.
“Investimento costuma ter retorno e não é o que vemos. Os indicadores mostram que a educação vai de mal a pior e, na assistência social, mesmo com toda a importância de não deixar as pessoas passarem fome, não há contrapartida por parte dos beneficiários dos programas sociais”, destacou, ao defender as ações sociais com benefícios a longo prazo, como programas de capacitação profissional e encaminhamento para o mercado de trabalho.
Enquanto isso, o país amarga índices como o 1% de crescimento no último ano e a alta dos preços. Os investimentos em infraestrutura, vistos por especialistas como fundamentais para alavancar o desenvolvimento e permitir que o país volte a crescer como os demais emergentes, definitivamente não são vistos da mesma forma pelo governo.
O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é exemplo disso. O ritmo das obras continua lento. Levantamento feito pelo “Estadão” mostra que a construção das rodovias inscritas na iniciativa avança apenas 1,3 quilômetro por mês, em média. Segundo Vaz de Lima, para aquecer a economia, o governo precisaria, no mínimo, acelerar esses empreendimentos.
“A mãe do PAC está se demonstrando a madrasta do programa”, afirmou. O parlamentar destaca que o governo criou o Regime Diferenciado de Contratações (RDC), mecanismo mais flexível que a Lei de Licitações, sob o argumento de facilitar os investimentos do programa, mas ainda não o fez deslanchar.
(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)
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