Pitacos de Lula

Rodrigo de Castro afirma que governo Dilma vive momento crítico após péssimos resultados

Uma série de problemas graves que afetam o governo federal fez com que o ex-presidente Lula voltasse à cena para dar pitacos na gestão de Dilma. A intervenção surge diante do atraso generalizado em obras do PAC e crescimento pífio do PIB combinados com alta inflação em 2012 e crescente dificuldade para convencer o empresariado a investir. Na avaliação do secretário geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro (MG), o governo da petista vive um momento crítico e com poucas chances de melhorias.

“Essa interferência do ex-presidente Lula reflete um momento delicado que o governo está passando. Baixo índice de efetividade das obras programadas, fraco crescimento e incerteza em relação à economia devido ao avanço pífio de 2012”, destaca o parlamentar.

Há uma preocupação geral não só dos empresários – que veem com desconfiança as ações pontuais do governo para alavancar o crescimento – como também na própria base aliada com a forma de Dilma governar a nação. Os aliados começam a perceber que o ritmo lento das obras de infraestrutura, além de prejudicar o país, pode deixar o governo em maus lençóis, sendo visto com desconfiança pelos investidores.

“São muitas incertezas quanto aos rumos do Brasil, além da própria incapacidade do governo de lidar com os desafios que temos”, afirma Rodrigo de Castro, ao ressaltar que a oposição tem alertado para tais problemas há bastante tempo.

As possíveis sugestões de Lula, que poderão ser feitas nos próximos dias durante reuniões com Dilma para delinear as estratégias da segunda parte do mandato, não devem surtir efeitos práticos. Pelo menos, não para o país. A grande preocupação de ambos é buscar manter a alta popularidade da petista tendo em vista sua tentativa de reeleição em 2014 mesmo em meio aos problemas.

Para Castro, dificilmente o ex-presidente conseguirá mostrar à Dilma o caminho certo a seguir para que o país volte aos trilhos do desenvolvimento. Isso, tendo em vista que foi em sua gestão que questões como a morosidade para tocar obras começaram a atingir seu ápice. “Há poucas perspectivas de melhoras, pois os vícios vieram do próprio governo Lula e permanecem. Muitos desses problemas tiveram gestação durante o governo dele”, ressaltou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)