Postura reprovável


Tucanos contestam apoio do governo brasileiro à manobra constitucional na Venezuela

Deputados tucanos contestaram o apoio do governo brasileiro à manobra constitucional que permite que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, adie a posse por até 180 dias. De acordo com o assessor internacional da Presidência, Marco Aurélio Garcia, “não há um processo de descontinuidade” caso a posse não seja oficializada formalmente, já que Chávez foi reeleito democraticamente ao seu quarto mandato consecutivo”. O governo do país vizinho pediu o adiamento da cerimônia de posse, marcada para quinta-feira (10).

Para o deputado Jutahy Junior (BA), a postura do governo brasileiro é reprovável. O tucano lembrou os casos da deposição dos presidentes Manuel Zelaya, de Honduras, e Fernando Lugo, do Paraguai, nos quais o Brasil foi contrário. “O governo brasileiro está dando um apoio vergonhoso à quebra da normalidade constitucional na Venezuela. O Brasil ficou contra a deposição constitucional dos presidentes do Paraguai e de Honduras e agora, apenas por identidade ideológica e interesses indefensáveis, aceita passivamente a ruptura da ordem constitucional em um país vizinho”, avaliou.

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Jutahy destaca que o governo do PT mostra a cada dia o seu viés chavista, aliando-se a regimes totalitários como os venezuelano e boliviano. “Fico a imaginar a tristeza e a estupefação dos diplomatas e dos bons profissionais da nossa diplomacia, ao assistirem a mais esse vergonhoso episódio da nossa política externa", lamenta. Segundo o parlamentar, há uma identidade clara e interesses escusos por trás desse endosso do governo petista. Trata-se de ideologia misturada com negócio.

O deputado Eduardo Azeredo (MG) também lamenta a postura do governo Dilma, que tempos atrás criticou e suspendeu o Paraguai do Mercosul e agora apoia Chávez. “O governo brasileiro se alvoroçou na defensa de um processo diferente. Já no caso da Venezuela, o governo se omite”, ressaltou. Azeredo diz ainda que todos torcem que Hugo Chávez seja curado, mas enquanto isso não acontece, a Venezuela não pode ficar paralisada.

O presidente venezuelano está em Havana, capital de Cuba, onde se recupera de uma cirurgia para a retirada de câncer de próstata diagnosticado em 2011. Ainda não existe uma previsão de alta de Chávez. A constituição venezuelana prevê que em caso da impossibilidade de Hugo Chávez assumir o cargo de presidente no dia 10, quem assume o posto é o presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, que deverá convocar novas eleições em 30 dias.

(Da assessoria do PSDB com Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Hélio Ricardo)

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9 janeiro, 2013 Últimas notícias Sem commentários »

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