Resultado pífio
Incapacidade administrativa da gestão petista impede crescimento do país, diz Vaz de Lima
A incapacidade da gestão petista em tocar obras estruturantes para o país reflete no resultado pífio revelado pela ONG Contas Abertas: até novembro deste ano o governo federal investiu apenas 45% dos R$ 90,4 bilhões previstos para 2012. O ritmo lento dos investimentos da União tem impacto direto no desempenho da economia brasileira. Ou seja, contribuiu para o “PIBinho” de 0,6% registrado no terceiro trimestre de 2012. O deputado Vaz de Lima (SP) critica o governo pela ineficiência administrativa e afirma que o investimento público é fundamental para a expansão da economia.
“Todo ano da administração petista ocorre a mesma coisa: o governo demonstra enorme incapacidade de lidar com a gestão, o que leva o país a cair em ranking de competitividade”, apontou o tucano nesta sexta-feira (14). Segundo o parlamentar, em recente ranking de competitividade, o Brasil aparece em penúltimo lugar.
baixe aqui“O Brasil está estagnado do ponto de vista da infraestrutura. De 14 países (Canadá, Coréia, Austrália, Índia, Argentina, entre outros), o Brasil é o penúltimo colocado, exatamente porque não tem sido capaz de sequer utilizar a verba do Orçamento para investir em infraestrutura”, informou, ao ressaltar que o resultado não é surpresa.
Desde o início de seu mandato, Dilma Rousseff tinha o diagnóstico de que não poderia contar apenas com o aumento do consumo e do endividamento dos brasileiros para embalar a economia. A meta era elevar a taxa de investimentos para 24% do PIB, um valor que seria condizente com a ambição de crescer ao ritmo de 5% ao ano.
O governo chegou a anunciar um plano abrangente de estímulo aos investimentos na infraestrutura, com a promessa de privatizar portos e estradas. O mandato de Dilma se aproxima da metade e, até o momento, o plano não deslanchou. De acordo com os números divulgados pelo IBGE, os investimentos estão em queda há cinco trimestres consecutivos.
A oposição cumpre o seu papel em denunciar que o governo não vem fazendo a sua parte, segundo Vaz de Lima. “Isso traz consequências danosas para a economia brasileira. É uma vergonha”, acrescentou. Segundo o deputado, o Planalto está mais preocupado em gastar tempo para defender a questão “ética e moral” do que resolver as deficiências do país. “Estão tentando defender o ex-presidente Lula e integrantes do PT de escândalos, o que acaba enterrando a máquina pública”, lamentou.
Na avaliação do deputado, a presidente deveria colocar em prática aquilo que ela não tem: capacidade de gestão. “Infelizmente o país não vai bem. Vive uma cortina de fumaça em função de publicidade, e o governo, em vez de fazer sua lição de casa, fica tentando defender seus companheiros e atacar a imprensa e os órgãos de fiscalização. E os investimentos não acontecem”, finalizou.
Restos a pagar
→ Entre janeiro e novembro, o governo investiu R$ 39,7 bilhões. Desse montante, cerca de R$ 23,4 bilhões foram provenientes de restos a pagar, ou seja, compromissos assumidos em anos anteriores, mas não pagos nos exercícios. Do total de recursos autorizados para o ano, R$ 58,8 bilhões foram empenhados, ou seja, reservados em Orçamento.
→ Enquanto os investimentos não apresentaram regularidade entre 2010 e 2012, os gastos com despesas correntes só cresceram nos últimos sete anos. Em valores constantes, em 2006, R$ 462,5 bilhões foram despendidos para esse tipo de gasto. Neste ano, os valores chegaram a R$ 671,4 bilhões.
(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)
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