Caça às bruxas
Colnago: Dilma é incoerente ao declarar que não tolera corrupção
A declaração da presidente Dilma Rousseff de que não tolera a corrupção não corresponde à realidade, na avaliação do deputado César Colnago (ES). A afirmação da petista foi publicada na edição de quinta-feira (13) do jornal francês “Le Monde”. Na entrevista exclusiva, ao ser perguntada sobre os problemas de corrupção no país, a presidente criticou a “caça às bruxas”. “É uma afirmação sem nenhum efeito prático. Não há coerência entre intenção e gesto. O que ela fala não é o que está acontecendo no governo dela”, resumiu o tucano nesta sexta-feira (14).
Colnago lembrou que a maioria das demissões de ministros da equipe de Dilma foi motivada por suspeitas de corrupção e denúncias não esclarecidas. No entanto, a única punição para os exonerados foi a perda do cargo, de acordo com o parlamentar. “Nada foi feito para apurar, nenhum tipo de auditoria, de investigação interna, o máximo que um corrupto ou alguém que praticou atos ilícitos faz é perder o cargo. Isso é um prêmio”, declarou.
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O troca-troca e a exoneração de ministros estão entre os fatos que marcaram a gestão de Dilma Rousseff desde que ela assumiu o Palácio do Planalto, em 2011. O time dos ex-titulares é formado por: Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário), Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Carlos Lupi (Trabalho), Mário Negromonte (Cidades), Orlando Silva (Esporte), Pedro Novais (Turismo) e Wagner Rossi (Agricultura). Já Nelson Jobim (Defesa) deixou o cargo por divergências com o Planalto.
“Eu não tolero a corrupção, e o meu governo, também não. Se há suspeitas fundamentadas, a pessoa deve partir. Certamente, não se deve confundir essas investigações com a caça às bruxas próprias aos regimes autoritários ou de exceção”, disse a presidente Dilma, em entrevista a um dos jornais mais respeitados da França.
Na opinião de Colnago, a comparação entre investigação e caça às bruxas feita pela petista é infeliz. “Não tem caça às bruxas. As pessoas quando erram têm que ser punidas”, concluiu.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)
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