Homenagem póstuma

Gomes de Matos celebra centenário de Luiz Gonzaga e destaca legado do artista

Durante sessão solene em homenagem ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) destacou o trabalho de um dos maiores nomes da música brasileira. Luiz Gonzaga foi um grande artista que deixou como herança o brilho da cultura nordestina. Cantor, compositor e sanfoneiro, criou dezenas de músicas de sucesso ressaltando as raízes e a realidade da região, de acordo com o tucano.

“É um grande exemplo a ser seguido”, apontou o tucano nesta quinta-feira (13). Ele lembrou a ligação do compositor com o Ceará, transformando a seca em poesia. Segundo o parlamentar, Luiz Gonzaga, que era pernambucano, retratou muito bem a seca no Nordeste e esperava ver uma realidade diferente. No entanto, em pleno século XXI e na data dos 100 anos de nascimento do “Rei do Baião”, ainda há milhares de famílias vendo seus animais morrerem e com dificuldade para ter acesso à água.

“É um cenário que exige vozes como a de Gonzaga cobrando soluções das autoridades para esse problema que vem recebendo apenas atenções paliativas”, lamentou Gomes de Matos, ao destacar que a mídia do estado vem fazendo a sua parte, mostrando o quanto a estiagem castiga animais e famílias.

“Neste momento em que a Câmara faz essa homenagem, precisamos cada vez mais ter momentos como esses para que toda nação brasileira possa continuar a resgatar e  fortalecer todos aqueles que fizeram história no nosso país”, ressaltou Gomes de Matos.

Em 1939, Gonzaga decidiu se dedicar à música. Iniciou a carreira no Rio de Janeiro, quando apenas solava acordeão. Era instrumentista, tendo choros, sambas e outros gêneros musicais. O primeiro sucesso gravado em disco foi “Vira e Mexe”, que lhe valeu um contrato com a gravadora Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas instrumentais.

Em 1941, ele já tinha o título de maior sanfoneiro nordestino. Influenciado por outro colega acordeonista, surgiu a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro – figurino que o consagrou como artista. Desde então, passou a fazer sucesso não só como instrumentista, mas também como cantor. Em 1971, recebeu o título de “Imortal da Música Brasileira”, pela TV Tupi do Rio de Janeiro.

“Asa Branca”, “Assum Preto”, “Baião”, “Respeita Januário”, realizadas em parceria com o cearense Humberto Teixeira, “A Dança da Moda”, “Cintura Fina”, “Vem Morena”, “Forró de Mané Vito”, parceria com o médico José de Souza Dantas Filho, o Zé Dantas, foram algumas das suas famosas músicas. Faleceu em 1989, vítima de complicações cardiorrespiratórias, deixando um imenso legado.

“Homenagear Luiz Gonzaga significa reconhecer na sua história as características de um povo alegre e determinado. Homenageá-lo significa cantar e destacar o Nordeste com sua cultura e suas tradições. Homenageá-lo significa resgatar a memória e as raízes do nordestino”, completou Gomes de Matos.

Talento musical

→ Várias homenagens foram feitas ao pernambucano pelo seu centenário. Em Sobral (CE), por exemplo, o Museu Dom José homenageou o cantor com uma exposição retratando a vida e as dificuldades do sertanejo. Desde menino teve a oportunidade de manifestar o seu talento musical, tocando em festas da região.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)