Rosegate

Comissão vota requerimentos de tucanos sobre operação Porto Seguro

A Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso deve votar na próxima semana três requerimentos dos deputados Antonio Carlos Mendes Thame (SP) e Carlos Sampaio (SP) cobrando explicações do escândalo deflagrado pela operação Porto Seguro, da Polícia Federal. A investigação revelou um esquema de fraudes de pareceres técnicos em agências reguladoras e órgãos federais. O colegiado se reúne na quarta-feira (12).

No primeiro pedido, os tucanos solicitam a convocação da ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha para prestar esclarecimentos sobre a operação. Já os documentos assinados por Mendes Thame, líder da Minoria na Câmara, pedem a convocação da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e do Advogado Geral da União, Luís Inácio Adams.

Segundo a justificativa dos requerimentos, apresentados no final de novembro, a investigação constatou a existência de grupo criminoso atuando em diferentes órgãos e segmentos do governo federal. “Seja para assegurar a tramitação diferenciada e mais célere a procedimentos de seu interesse, seja para interferir ilicitamente na elaboração de pareceres técnicos em favor de interesses não republicanos”, diz trecho dos documentos.

Nesta semana, a oposição apresentou cinco pedidos para que os investigados na operação Porto Seguro prestassem depoimento na Comissão de Fiscalização e Controle. No entanto, a base aliada blindou Rosemary e sua turma e impediu a aprovação dos pedidos. Por 12 votos a três, os requerimentos apresentados pelos deputados Vanderlei Macris (SP) e Mendonça Filho (DEM-PE) foram derrotados.

No entanto, requerimento de Duarte Nogueira (SP) e de Carlos Sampaio pedindo a vinda de Jefferson Guedes, vice-presidente jurídico dos Correios, para prestar esclarecimentos sobre o caso foi aprovado na Comissão de Ciência e Tecnologia na última quarta-feira (5). Guedes foi investigado pela PF porque o então diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Rodrigues Vieira teria tentado suborná-lo para beneficiar a empresa LM Negócios Inteligentes. Ainda de acordo com o relatório, Guedes chegou a receber o dono da empresa, Lucas Henrique Batista.

Interesses privados

→ A investigação da Polícia Federal teve como objetivo desarticular organização criminosa que se infiltrou em diversos órgãos federais para a obtenção de pareceres técnicos fraudulentos visando beneficiar interesses privados.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: /Áudio: Elyvio Blower)