Fraude na merenda

Macris quer explicações sobre irregularidades no programa Segundo Tempo

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle aprovou, nesta quarta-feira (5), requerimento do deputado Vanderlei Macris (SP) que convida o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, a prestar esclarecimentos sobre as denúncias de irregularidades no Programa Segundo Tempo.

O dono de uma empresa subcontratada para fornecer alimentos a crianças atendidas pelo projeto de esportes do governo federal disse que cerca de 90% dos R$ 4,65 milhões recebidos dos cofres públicos entre 2009 e 2010 foram desviados para políticos de Brasília, Santa Catarina e Rio de Janeiro, segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”.

“Era tudo roubo. Vi maços de dinheiro serem distribuídos”, afirmou o dono da JJ Logística Empresarial Ltda., João Batista Vieira Machado. Ele disse que foi usado em um esquema montado para fraudar o Segundo Tempo, que atende crianças com atividades físicas em horário extraescolar.

A microempresa sediada no município de Tanguá (RJ) foi subcontratada pelo Instituto Contato, entidade sem fins lucrativos dirigida por integrantes do PCdoB de Santa Catarina que mantinha dois convênios com a pasta. Machado tinha que fornecer lanches para as crianças.

O dono da JJ Logística, porém, afirmou ao jornal ter fornecido alimentos cujo valor atingiu apenas R$ 498 mil. Os outros R$ 4,15 milhões saídos dos cofres públicos federais acabaram desviados para fins políticos, segundo Machado.

Diante dos fatos, Macris espera explicações. “O ministro deve prestar esclarecimentos à sociedade brasileira sobre essa situação, que ficou mal explicada. A pasta tem obrigação de esclarecer quais providências estão sendo tomadas em relação a essas irregularidades.”

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Alexssndro Loyola/ Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)