Interesses pessoais


Colnago concorda com declaração de FHC de que “o PT faz confusão entre o público e o privado”

O presidente de honra do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, disse, nessa quinta-feira (29), que o ex-presidente Lula se esquiva de dar explicações sobre “as relações confusas que foram estabelecidas em seu governo” e criticou “a confusão entre o público e o privado” na gestão petista. “Uma coisa é o governo, a coisa pública, outra coisa é a família. A confusão entre seu interesse de família ou seu interesse pessoal com o interesse público leva à corrupção e é o cupim da democracia”. O tucano falou sobre o assunto durante palestra a prefeitos eleitos pelo PSDB em São Paulo. A informação é do jornal “Folha de S.Paulo”.

Segundo o deputado César Colnago (ES), FHC, como estadista e conhecedor da administração pública, sabe muito bem a diferença entre o setor público e privado, diferente do seu sucessor. Na opinião do parlamentar, o ex-presidente tem razão em afirmar que o petista foge de explicações sobre os escândalos.

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“Fernando Henrique tem toda razão, pois no governo do PT eles se apropriam de tudo como se fosse um patrimônio próprio, e fazem muita confusão entre o público e o privado”, afirmou o tucano nesta sexta-feira (30). Para ele, Lula deve esclarecer a relação da Rosemary de Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em SP, com o governo.

Os jornais de hoje destacam a revelação, feita ontem pelo Jornal Nacional, de que a nomeação dos irmãos Paulo Rodrigues Vieira e Rubens Carlos Vieira para cargos de direção em agências reguladoras, de onde comandavam um vasto esquema de compra e venda de pareceres, pode ter contado com aval de Lula.

E-mails trocados entre Rosemary e os dois irmãos mostram que ela teria tratado da indicação deles para a Agência Nacional de Águas (ANA) e para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) com o “PR”, ou seja, o presidente da República. Meses depois, Paulo e Rubens se instalaram nos cargos, de onde só saíram na sexta-feira passada, presos pela PF.

Além de Lula, outros membros do PT aparecem nas mensagens e conversas em que Rosemary negocia pedaços da República junto aos irmãos Vieira. José Dirceu e Dilma Rousseff são citados como possíveis facilitadores das nomeações. “É a troca de favores e de pedidos, a mistura de coisas que não esperamos de um agente público”, disse Colnago.

Lula, até agora, não se manifestou sobre o mais novo escândalo petista. Questionado numa cerimônia no Rio na terça-feira, virou as costas. Ontem, calou-se. Apenas disse que se sente “apunhalado pelas costas”. “Não dá para o Lula vir com a conversa de que foi “apunhalado pelas costas” e que não sabia de nada. Qual é essa relação dos dois e que influência ela tinha para nomear pessoas em agências reguladoras?”, questionou o deputado.

O petista participou de uma feira de catadores de material reciclável em São Paulo, onde foi questionado diversas vezes por jornalistas sobre a Operação Porto Seguro, mas silenciou em todas as ocasiões. A ação da PF desarticulou um grupo que atuava em órgãos do governo federal para obter pareceres técnicos fraudulentos que favoreciam interesses privados. Durante o evento, o ex-presidente desviou e assunto e falou que o PT tirou 28 milhões de pessoas da miséria.

“O presidente, em vez de explicar as relações confusas que foram estabelecidas no seu governo e que deram em corrupção, foi se dar ao luxo de dizer que tirou não sei quantos milhões da pobreza. Tirou, porque mudamos o Brasil. A primeira grande redução de pobreza nesse período foi com o Plano Real”, disse FHC no início da palestra.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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30 novembro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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