Dois extremos


Com crescimento pífio da economia e recorde de arrecadação, governo falha no equilíbrio das contas

Ao mesmo tempo em que a Receita Federal divulga o aumento da carga tributária bruta para 35,31% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2011, o maior nível em dez anos, o IBGE torna público o pífio crescimento da economia no terceiro trimestre deste ano. A elevação de apenas 0,6% na comparação com o segundo trimestre ficou abaixo das projeções do mercado e do governo e deixou o Brasil em situação pior que países como China, Chile e Venezuela.

O deputado Vaz de Lima (SP) avaliou a situação como crítica. O tucano ressaltou que o alerta tem sido feito há tempos pelo PSDB, mas o governo trilha caminhos equivocados. O parlamentar, que é auditor fiscal, apontou falhas da equipe econômica do Planalto que têm levado o país a viver esses dois extremos: arrecadação excessiva e crescimento tímido. Os dados demonstram que as estimativas de baixo crescimento em 2012 classificadas de “piada” pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, mostram-se cada vez mais reais.

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“A sanha tributária do governo é enorme e em vez de buscar o equilíbrio das contas pelo lado da despesa, a gestão petista acha muito mais fácil manter o sistema de apadrinhamento político. O que faz continuar a corrupção e a necessidade de muitos recursos para tentar fechar as contas”, criticou.

O deputado chamou atenção ainda para problemas na Petrobras que refletem na economia brasileira.  Em sua avaliação, a falta de investimento em áreas como infraestrutura também agravam a situação. “O PIB, que pode ser a medida para entender o crescimento da arrecadação, está emperrando. São dois movimentos que estão penalizando muito o contribuinte: a alta da carga tributária e o PIB em queda”, destacou.

“Não estão conseguindo entender a direção do vento na economia e preferem ir a público para dizer que tudo esta sob controle e que vai melhorar. Enquanto isso dá-lhe tributos, pouco investimento e menos crescimento”, apontou. O deputado afirma  que a presidente Dilma “surfa em sua popularidade” e ouve os conselhos equivocados da equipe.

Com os números atuais, dificilmente o PIB alcançará os 1,5% esperados atualmente pelo governo. Essa projeção já é bem inferior aos 4% propalados por Mantega no início do ano. Mesmo diante do quadro atual, o ministro projeta para 2013 o mesmo crescimento que previu erroneamente para 2012.

Pior entre os emergentes

-> De acordo com relatório divulgado na terça-feira (27) pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Brasil terá a menor taxa de crescimento anual do PIB entre os países emergentes.

-> Dentro do universo de arrecadação de impostos, a carga tributária da União respondeu por 70% de todos os tributos arrecadados em 2011.

-> A expansão de agora se deve, sobretudo, ao crescimento da arrecadação do IR (Imposto de Renda), da contribuição previdenciária e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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30 novembro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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