“Faxina” furada


PT transformou agências reguladoras em cabides de emprego, criticam deputados

Os deputados Duarte Nogueira (SP) e Jutahy Junior (BA) afirmaram nesta quarta-feira (28) que a operação Porto Seguro da Polícia Federal revelou que as agências reguladoras foram transformadas em cabides de emprego. Os tucanos questionaram o poder de influência dado à ex-presidente do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, e disseram que a chamada “faxina” do governo Dilma nunca existiu.

Jutahy afirmou que é estranha a forma como a ex-dirigente teve liberdade pra indicar a nomeação de dois diretores de agências: os irmãos Paulo Rodrigues Vieira e Rubens Carlos Vieira, que ocupavam diretorias da ANA e da Anac e deixaram os cargos após serem apontados como “cabeças” da organização criminosa que fraudava pareceres em troca de propina em diversos órgãos do governo federal. Segundo a PF, Rosemary recebia propina e presentes da quadrilha, como viagens de cruzeiro e cirurgias plásticas. Ela também está entre os indiciados pela Polícia Federal.

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“Como é possível? É muito estranho que uma funcionária de baixa qualificação profissional tenha o poder de influenciar diversos órgãos e tenha a capacidade de influenciar na escolha de dois diretores de agências nacionais”, destacou o deputado do PSDB. Para Jutahy, uma prática como essa tem reflexo nos investimentos brasileiros de longo prazo, principalmente de investidores internacionais que, segundo ele, ficam perplexos ao perceber que o Estado brasileiro chegou a uma situação de “esculhambação” total.

Duarte Nogueira lamentou o fato de as agências criadas pelo governo Fernando Henrique para fiscalizar a prestação do serviço público pela iniciativa privada terem se transformado em “ninhos de esquemas de corrupção” durante a gestão petista. Segundo ele, esses órgãos deveriam funcionar como parte de uma gestão moderna que o PSDB começou a implantar. “Mas o PT abandonou esse conceito e regrediu ao modelo arcaico de apadrinhamento, de favorecimento”, disse.

“O PT trata o Estado como se fosse o seu patrimônio e o modo de reação do governo frente às denúncias de corrupção e irregularidades segue a cartilha utilizada nesses últimos anos. Ou seja, afastam-se os acusados, diz-se que o governo não tolera malfeitos e, na sequência, joga-se a sujeira para debaixo do tapete, tentando levar com a barriga, contando com o esquecimento da sociedade brasileira”, criticou Duarte.

Na avaliação do parlamentar, a faxina que o governo teria feito em suas estruturas nunca foi praticada. “Não só não removeram os focos de corrupção, como criaram um modus operandi de facilitar os ninhos de corrupção e de fazer regredir a eficiência do Estado”, apontou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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28 novembro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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