Prejuízo na Eletrobras


Intransigência do governo em relação à MP 579 pode prejudicar setor elétrico, avalia Sávio

A pressa do governo federal para votar a Medida Provisória 579/12 é sinal de autoritarismo, na avaliação do deputado Domingos Sávio (MG). De acordo com o tucano, a presidente Dilma Rousseff quer evitar o debate da MP que fixa as regras para a renovação das concessões do setor elétrico. O texto antecipa a renovação de concessões elétricas que venceriam de 2015 a 2017. A petista não quer qualquer alteração substancial na matéria e começou a costurar com lideranças do Congresso um acordo para garantir a aprovação.

O tucano lembrou que há um ambiente de insegurança gerado pela matéria e pela falta de diálogo por parte do governo. Um dos prejuízos foi a queda nas ações da Eletrobras, que desabaram 20% nesta semana. Para Sávio, a pressa do governo em cumprir a promessa de reduzir as contas de luz em 20% pode colocar o setor elétrico em risco. “Queremos a redução de tarifas, mas não queremos apagão. O governo é tão autoritário e despreparado, que pela intransigência pode cometer um grave erro e colocar o país num futuro próximo em sérios problemas de abastecimento de energia”, resumiu nesta sexta-feira (23).

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“Governo autoritário mesmo quando quer fazer uma coisa boa acaba cometendo um erro. A redução no custo da energia elétrica é necessária, mas o absurdo é querer romper contratos vigentes numa medida provisória”, disse. “O que está ocorrendo é uma ruptura, um desrespeito, e isso leva à queda de ações. A atitude do governo gera milhões de prejuízos não só para a Eletrobras, mas para várias empresas públicas”, completou.

Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, nem mesmo as constantes afirmações de analistas do mercado financeiro de que as empresas do setor estão tendo grandes perdas e estão se descapitalizando preocupam a presidente Dilma. Ela está convencida de que está fazendo o certo e que para as empresas concessionárias é “pegar ou largar”. Na opinião de Sávio, o Planalto deveria dialogar com o Congresso.

“É hora de o governo ter humildade, manter a redução de impostos que vai beneficiar o cidadão, mas abrir um diálogo com o Congresso. Várias empresas tinham a garantia de renovação e o governo considera, de maneira unilateral, que o contrato está vencido. Ou a empresa ou renova do jeito que o governo está impondo ou perde o contrato de concessão, um direito adquirido”, ponderou.

Em entrevista ao portal “G1”, o analista da Lopes Filho & Associados, Alexandre Furtado Montes afirmou que a queda nas ações da Eletrobras “é plenamente justificada”. Segundo ele, o efeito da provável renovação antecipada das concessões elétricas será “devastador” para a companhia, que tem o próprio governo federal como controlador. “Mesmo antes da MP 579, todos os indicadores da Eletrobras já eram piores que o de empresas privadas do setor. Agora tudo indica que ela terá fluxo de caixa negativo nos próximos anos”, afirmou, referindo-se à MP 579.

A frase

“A oposição quer a redução da conta de energia, mas nós não queremos quebrar as indústrias do setor elétrico ou inviabilizar os futuros investimentos que o país precisa. Por isso é preciso respeitar os contratos vigentes.”
Deputado Domingos Sávio (MG)

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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23 novembro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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