Faltam investimentos e manutenção
Luiz Nishimori questiona governo sobre constantes apagões em todo o país
Vice-líder do PSDB na Câmara, o deputado Luiz Nishimori (PR) questionou o papel do governo frente aos constantes apagões ocorridos no país. Em meados deste mês, um temporal acompanhado de granizo causou vários estragos em Maringá. Segundo a Secretaria de Serviços Públicos do município, pelo menos 20 árvores caíram na cidade, além de ocorrências de semáforos apagados, pessoas feridas sem gravidade e cortes de energia elétrica. Maringá e Paiçandu ficaram sem energia elétrica por várias horas e não havia previsão de retorno da energia para os locais afetados.
“A natureza é capaz de ocasionar enormes estragos e prejuízos. Isto faz parte da vida e acompanha a humanidade desde sua criação. Porém, tempestades como a ocorrida em Maringá não justificam os constantes cortes de energia elétrica, os denominados apagões, que estão ocorrendo em todo país, em enormes regiões, afetando diretamente milhões de pessoas, e cada vez mais frequentes”, apontou o tucano.
Nishimori informou aos deputados presentes que o ministro interino do Ministério das Minas e Energia, Márcio Zimmermann, foi convidado pela Câmara dos Deputados para explicar as falhas recorrentes no sistema de distribuição de energia elétrica, assim como representantes da Operadora Nacional do Sistema Elétrico (NOS), da Aneel, Grande Furnas, Eletrobrás e Chesf, com datas a serem marcadas.
O tucano também relembrou os últimos apagões que ocorreram no país. Em setembro, sete milhões de pessoas ficaram no escuro na região Nordeste devido a uma pane em um transformador de Furnas, em Foz do Iguaçu, que interrompeu o fornecimento de energia para grande parte do país. Em menos de 24 horas, um novo apagão afetou 70% do Distrito Federal.
Para o deputado, “as linhas de transmissão, transformadores, os isolantes cerâmicos e de vidro das torres de transmissão, assim como os cabos, em sua esmagadora maioria têm mais de 30 anos de uso, sujeitos a intempérie e a fadiga provocada pelo vento”. Ele acredita que a manutenção das linhas de transmissão de alta tensão, os denominados “linhões”, carecem de investimentos e de acurado controle técnico.
O parlamentar evidencia que em 70 anos o Brasil cresceu e passou a consumir mais energia, só que a modernização do sistema de transmissão não acompanhou o mesmo ritmo. Algumas subestações estão há mais de 50 anos em operação e carecem de manutenção e modernização, mas esse investimento não está sendo feito.
Um levantamento feito pela Ong Contas Abertas, no começo de outubro, logo após o apagão provocado por uma pane num transformador em Furnas, diz que a empresa, que pertence ao Grupo Eletrobrás, investiu apenas 37,6% dos recursos disponíveis para 2012, entre janeiro e agosto.
De acordo com Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe – UFRJ, a gestão deficiente é a responsável pelos apagões e demonstra preocupação com a questão de engenharia com a renovação dos contratos de concessão anunciado pela presidente Dilma Rousseff.
Para encerrar, Nishimori se mostrou preocupado com o anúncio da NOS em aumentar a geração de energia termelétrica a óleo para 3.500 megawatts (MW) a 4.000 MW, para garantir o abastecimento de energia elétrica no país. Segundo o órgão, as chuvas ainda não foram suficientes para encher os reservatórios das hidrelétricas até o nível desejado.
Atualmente, cerca de 2.100 MW de termelétricas a óleo já estão gerando energia para o sistema elétrico. O acionamento de geração termelétrica aumenta o custo da energia para os consumidores, já que a energia a óleo é mais cara que a das hidrelétricas diante do custo do combustível. Mas as termelétricas colaboram para garantir a segurança no abastecimento de energia quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos. No sudeste e centro-oeste os reservatórios estão com 39,33% de armazenamento de água, no Nordeste com 35,7%, no Sul com 37,99% e no Norte com 43,76%, segundo dados atualizados no site do ONS.
(Da assessoria do deputado/Foto: Alexssandro Loyola)
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