Situação crítica


Deputados nordestinos cobram ações efetivas do governo federal para amenizar efeitos da seca

Deputados do PSDB chamaram a atenção nesta semana para a seca que assola o Nordeste. A estiagem atinge parte de oito estados da região. De acordo com especialistas, a falta de chuvas este ano é mais intensa e acontece de 30 em 30 anos, em média. Os recursos para os estados afetados somam R$ 15,6 bilhões. No entanto, até agora foram investidos apenas R$ 3 bilhões, segundo dados do Ministério da Integração.

Da tribuna, o líder tucano na Câmara, Bruno Araújo (PE), condenou a omissão do Executivo diante do problema. “Há um abandono completo do governo federal no apoio a esses estados. Promessas foram sinalizadas e não chegaram na ponta. Estamos assistindo a uma absoluta omissão do Planalto em relação a esse drama”, protestou nessa quarta-feira (7).

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O deputado cobrou ações efetivas do Palácio do Planalto para amenizar a situação. Araújo lembrou que o Congresso Nacional aprovou medidas provisórias que destinavam recursos para socorrer os municípios afetados. No entanto, a verba não chegou às regiões atingidas. “Aprovamos só a autorização. Assinar o cheque e mandar o dinheiro para o povo do Nordeste não passou de retórica. Há uma redução drástica da safra e, sobretudo, uma diminuição da qualidade de vida do povo nordestino”, disse.

Conforme ressaltou, a região enfrenta a falta de chuvas todos os anos. Portanto, o governo deveria ter se antecipado ao problema. “Esse sintoma climático ocorre de forma periódica, em um ciclo previsto, e não houve qualquer tipo de preparo. Estamos conclamando a presidente da República e ao governo federal que não se omitam ou se distanciem dessa realidade para que os recursos possam chegar, de fato, a quem precisa”, afirmou.

Na última terça-feira (6), audiência pública da Comissão de Agricultura discutiu estratégias para amenizar o problema na região. Presidente do colegiado, o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) defendeu a elaboração de projetos estruturantes e um trabalho permanente voltado ao semiárido nordestino. Segundo o tucano, o governo deve fortalecer a execução orçamentária de obras e projetos. “São empreendimentos como a transposição do São Francisco que estão paralisados e que ajudariam a diminuir os problemas da estiagem. É preciso executar o orçamento de 2012 e abrir canais a fim de garantir recursos para o ano que vem”, disse.

Na opinião do parlamentar, o problema não é a falta de recursos, mas a lentidão na liberação das verbas. “A execução é pífia. Há programas que não tem 1% de execução. Há atraso nas ações e precisamos mudar isso. Recurso existe, o que falta é capacidade de gestão. É preciso agilidade para minimizar a situação”, reiterou.

A situação é tão crítica que prefeitos pernambucanos atingidos diretamente pela estiagem e pela queda do repasse do Fundo de Participação do Município (FPM) estão mobilizando um protesto para as prefeituras fecharem as portas entre os dias 12 e 16 de novembro, segundo o “Jornal do Commercio”. A movimentação acontece às vésperas da nova visita da presidente Dilma Rousseff ao Nordeste.

Quase 10 milhões são afetados

→ A seca atinge 9,8 milhões de pessoas em 1.243 municípios com reconhecimento de situação de emergência, segundo o Ministério da Integração Nacional.

→ A estiagem afeta parte de oito estados nordestinos: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

→ Além de ser um problema climático, a situação gera dificuldades para os habitantes da região. A falta d’água acarreta perda para a agricultura e a criação de animais, gerando fome e miséria no sertão nordestino. O desemprego é grande, originando o êxodo rural em busca de melhores condições de vida nos centros urbanos.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: /Áudio: Elyvio Blower)

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8 novembro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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