Educação


Izalci questiona critérios para uso do Enem como forma de certificação do Ensino Médio

Especialista em educação, o deputado Izalci (DF) foi à tribuna para alertar que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está sendo usado como forma de certificação do segundo grau. O tucano já havia cobrado informações do MEC sobre o exame com base em denúncia veiculada em 2011 de uma professora que entregou a prova e o cartão de resposta em branco e mesmo assim passou. As respostas enviadas ao parlamentar motivarão novos questionamentos, segundo ele.

Izalci explicou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) define como ponto médio o nível de 500, mas afirma que para obter o certificado do ensino médio esse indicador é de 400. Diante das informações recebidas, o tucano chamou a atenção para os critérios usados. “O aluno fez a prova do Enem com 45 questões em quatro áreas. Está aprovado se acertou 9,2. Ou seja, numa nota de zero a dez, se o aluno tirou 2, ele está aprovado. Até que ponto é aceitável esse critério para certificação do ensino médio?”, perguntou.

“Mais grave ainda é o caso das macro áreas, como linguagem, por exemplo. Das 10,6 questões acertadas, quantas são de línguas? Quantas são de literatura, de língua estrangeira, de educação física, de educação artística? Certificaremos estudantes que não acertaram nenhuma questão da Língua Portuguesa? É possível. No sistema atual, há a possibilidade de que o aluno não acerte nenhuma questão da Língua Portuguesa e seja aprovado”, alertou.

O parlamentar espera que na próxima reunião da Comissão de Educação na Câmara o assunto seja debatido. Izalci também coloca em dúvidas e questiona como um professor pode corrigir uma prova de redação a cada 4 minutos. Segundo o deputado, cada docente corrige 2.568 redações. Nas contas dele, quando se divide isso por dia, dá uma média de 80 redações. Hoje o professor recebe R$ 3,99 por prova corrigida. Antes o valor era de R$ 2,25.

“O que temos que rever de forma bastante acurada é a questão da qualidade. Não dá para trabalhar apenas com número, estatística e querer ampliar o número  de universitários sem que essas pessoas estejam preparadas”, apontou.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Alexssandro Loyola)

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5 novembro, 2012 Sem categoria Sem commentários »

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