Problemas de logística

Gargalos na infraestrutura do Nordeste atrasam desenvolvimento, critica Gomes de Matos

O Nordeste precisa investir R$ 25,8 bilhões em infraestrutura nos próximos oito anos para garantir o escoamento da produção, segundo o estudo Nordeste Competitivo, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na avaliação do deputado Raimundo Gomes de Matos (CE), o levantamento ajuda a identificar os gargalos que impendem o desenvolvimento da região.

“É de se destacar que o estudo procura corrigir a incapacidade desse governo de fazer o planejamento necessário, que gera resultados pífios, baixa produtividade, falta de investimentos, enfim, desperdiçando oportunidades de oferecer ao Nordeste a infraestrutura para o crescimento e realização de riquezas para o povo nordestino” destacou em discurso nesta quinta-feira (1º).

De acordo com a CNI, a região é responsável por 13,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Por ser estratégico para o Brasil, o local demanda investimentos mais robustos. A análise é de que para solucionar os problemas de logística seriam necessários R$ 71 bilhões. Para aumentar a competitividade, é preciso investir R$ 12 bilhões nas ferrovias e R$ 11 bilhões nos portos da região, de acordo com a confederação.

O tucano ressalta ainda que um dos principais problemas identificados é o limite da capacidade de operação de muitas rodovias. O trecho Açailândia–Marabá, por exemplo, suporta o transporte de 311 mil toneladas por dia. Atualmente, passam por ela 279 mil toneladas. No caso dos portos, apenas o Complexo Portuário de São Luís e o Porto de Recife utilizam mais do que suas capacidades permitem. Em 2020, no entanto, seis unidades vão operar acima da capacidade e outros dois estarão com potenciais gargalos. Os casos mais críticos devem ser os de São Luís e Natal.

Das rodovias que cruzam a região, três já apresentam gargalos. A utilização pelos carros e caminhões de carga ultrapassa em até 65% a capacidade de peso das pistas, o que reduz a velocidade dos veículos e gera congestionamentos. Uma simulação do crescimento da produção até 2020 mostra que, se nenhum investimento for feito nos próximos oito anos, nove rodovias estarão sendo utilizadas acima do limite.

Capital humano
Gomes de Matos também destacou a necessidade de investimento em capital humano, com ênfase na educação fundamental e média. “As pessoas chegam ao mercado para serem treinadas e percebem-se as deficiências, é uma carência que precisa ser suprida” afirmou.  Ele ainda lembrou os sucessivos apagões elétricos que atingiram o Brasil nas ultimas semanas. “Se nada do que foi apontado for feito, sofreremos sérios problemas como já estamos sentindo com a energia. Vide os recentes apagões, comprometendo a segurança do sistema como um todo. É inadmissível que isto aconteça. Interrupções como as que aconteceram liquidam o setor industrial”, criticou.

(Reportagem: Gustavo Fernandes/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)