Transparência


Deputados repudiam novas suspeitas de adoção irregular de crianças

Os deputados Raimundo Gomes de Matos (CE) e Andreia Zito (RJ) repudiaram a denúncia de que crianças estariam sendo levadas das famílias no sertão baiano. Reportagem do “Fantástico” mostrou nesse domingo (21) novos casos de mulheres forçadas a entregar os filhos para adoção. Na semana passada, o programa contou a história de um casal que teve cinco filhos tirados de casa e entregues a famílias de São Paulo.

Para Gomes de Matos, a decisão da Justiça local foi irresponsável e criminosa, uma vez que a adoção é um processo sério e precisa de transparência. “Acho que a Corregedoria precisa urgentemente dar um basta, expulsar esses magistrados que estão faltando com ética, manchando o judiciário brasileiro. O processo de adoção é uma responsabilidade muito grande”, reiterou. Segundo a matéria, a região de Monte Santo (BA) foi escolhida por uma quadrilha que há mais de cinco anos atua no tráfico de crianças.

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No Brasil, somente a primeira etapa da adoção leva quatro meses, sendo impossível regularizar o processo em 24 horas, como no caso exibido. Segundo o tucano, a demora (pode durar até três anos e meio) se dá principalmente porque muitos juízes não analisam devidamente os processos e dão prioridade para famílias sem condições de receber uma criança. “Observamos casos reais de pessoas com todas as condições de ter um processo de adoção oficializado, mas passam anos e não conseguem. Enquanto isso, em muitos municípios da Bahia há essa falta de compromisso”, afirmou.

Andreia Zito, que foi relatora da CPI das Crianças Desaparecidas, ressaltou que no Brasil não há uma politica pública para proteger essas famílias mais pobres da atuação de quadrilhas especializadas no tráfico de crianças.  “Percebemos que ainda existe um descaso do governo federal na tentativa de evitar o desaparecimento dessas pessoas. Isso é mais uma prova de uma realidade que existe no nosso país, mas não está sendo levada em conta”, avaliou.

Ainda de acordo com a deputada, algumas famílias não têm condições financeiras de recuperar as crianças. “Acho que deveria haver uma força tarefa em relação a isso. Ver o judiciário compartilhando desse tipo de atitude é o fim da picada”, reiterou.

(Reportagem: Gustavo Fernandes/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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22 outubro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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