Transparência no exame


Azeredo cobra esclarecimento de suspeitas contra organização do Enem

Em menos de um mês, milhares de estudantes serão submetidos ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A avaliação, no entanto, tem sido alvo da atenção dos parlamentares do PSDB, que temem novas falhas. O deputado Eduardo Azeredo (MG) alertou nesta segunda-feira (15) para a importância da transparência do teste, pois inúmeros problemas ocorreram em edições anteriores.

A mais recente suspeita está sendo investigada pela Polícia Federal, que apura supostas fraudes em contratos de informática para a segurança da prova em 2011. O inquérito trata de licitação no Inep, órgão ligado ao Ministério da Educação e responsável pela elaboração do exame. A investigação foi aberta no final do ano passado a pedido do Ministério Público Federal.

De acordo com “O Estado de S. Paulo”, membros do Inep e do MEC, que ocupavam postos importantes na época, estão sendo convocados para prestar depoimento. A Controladoria Geral da União (CGU) pedirá a quebra de sigilos de alguns dos envolvidos e o cruzamento de dados fiscais das empresas.

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“O Enem tem uma importância crescente para a ocupação de vagas nas universidades públicas. No entanto, vimos uma série de problemas nos anos anteriores, alguns desses ainda sob investigação e isso nos leva a ter uma elevada preocupação em relação ao assunto. Esperamos que possa haver um esclarecimento e que neste ano se faça tudo com o maior cuidado possível”, alertou Azeredo.

O tucano teme por novas falhas na aplicação e distribuição das provas, a exemplo do que aconteceu no Ceará no último teste. Um estudante postou em uma rede social imagens de um suposto simulado aplicado por um colégio de Fortaleza que teria questões idênticas ao do Enem. Além disso, há fortes suspeitas de direcionamento na licitação que definiu as empresas que prestaram serviços de elaboração e segurança das provas.

“Acontece que se trata de um grande projeto e a gestão do ex-ministro Fernando Haddad não deu a cobertura necessária, acarretando inúmeras falhas. É por isso que o momento é de muita atenção. Ninguém quer que tudo se repita”, afirmou o deputado.

Sucessão de erros – Entre 2009 e 2011, vários problemas afetaram a credibilidade do Enem. Em 2009, dias antes da data prevista para o exame, os cadernos de prova foram furtados e divulgados para a imprensa. O fato causou inúmeros transtornos, como alteração das datas, locais de provas e mudanças nos calendários das instituições de ensino, além de um prejuízo de R$ 30 milhões.

No ano seguinte, estudantes identificaram problemas nos cadernos de provas e nos gabaritos. Haviam questões repetidas e faltantes. Já nas folhas de resposta, os cabeçalhos dos testes de ciências da natureza e ciências humanas estavam trocados. A Justiça chegou a suspender o exame devido os prejuízos causados aos candidatos.  O tema da redação vazou horas antes da aplicação das provas.

Em 2011, o vazamento das questões em um colégio de Fortaleza não foi o único problema. No final de semana de aplicação, houve falhas de segurança. O jornal “O Globo” divulgou o tema da redação antes do tempo mínimo estabelecido para que os alunos saíssem do local de prova. No dia anterior, um fotógrafo do UOL conseguiu entrar em um local de prova de da capital cearense sem ser impedido pela segurança. Em São Paulo, um repórter do jornal “O Estado de S. Paulo” foi convocado em frente a um dos locais para ser fiscal do Enem.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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15 outubro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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