Infraestrutura precária


Situação dramática dos transportes é entrave para o crescimento, lamenta Feldman

A falta de investimento em transporte é vista pelo deputado Walter Feldman (SP) como um dos principais entraves para o crescimento econômico no país. Ranking deste ano do Fórum Econômico Mundial mostra que o Brasil ficou em 109º lugar em qualidade do transporte, entre 132 países avaliados. A informação é do jornal “O Estado de S. Paulo”. A posição é dramática, segundo o parlamentar. Ele afirma que o atual cenário é resultado da falta de atenção do governo petista com as estradas brasileiras. “Eles não investem em metrô, portos e aeroportos”, completou.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) aponta a demora no desembaraço de mercadorias nos portos como um dos principais fatores que retiram competitividade da indústria nacional. No Brasil, a média é de 5,5 dias, mais que o dobro da média mundial (2,9 dias), segundo dados do Banco Mundial. O ranking deixa a nação em posição desconfortável para uma nação candidata a potência mundial.

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Feldman alertou para a dramática situação da mobilidade urbana, logística de transportes e dos terminais aeroportuários no país. O tucano ressalta que há grande dificuldade operacional para fazer tanto o deslocamento de pessoas como o de mercadorias. E lamenta: o PT investe pouco e mal naquilo que é fundamental para o desenvolvimento nacional.

“A Copa de 2014 está próxima e temos problemas sérios. Há atraso nos portos e aeroportos, que não têm atendido o aumento da demanda das pessoas e nem das relações de vendas de produtos nas relações internacionais, o que mostra que o governo federal, na questão de logística, não tem investido o mínimo para que possamos atender aos problemas do passado e responder aos problemas do futuro”, apontou.

A matriz logística do Brasil se concentra nas rodovias, que representam 65,6% do total. Se a eficiência americana nos transportes fosse replicada no Brasil, a redução nos custos seria de R$ 90 bilhões por ano, por exemplo. Para Feldman, o Brasil está muito aquém dos investimentos necessários. “Há muitas   dificuldades e o governo é incapaz de resolver os gargalos.”

A frase:

“Quando o PT investe, não o faz de maneira adequada. Se fizesse, poderíamos dar um salto. É um governo marcado pela questão ideológica, incapaz de racionalizar os seus gastos com competência, seriedade e com a aceleração que o Brasil precisa.”
Deputado Walter Feldman (SP)

Deficiências anulam avanços

→ No setor aéreo, as deficiências nos aeroportos são tamanhas que anulam os ganhos conquistados com o avanço tecnológico. Na ponte aérea, por exemplo, o tempo médio de voo era de 50 minutos nos anos 70 e 80. Hoje, com aviões mais modernos e velozes, essa média subiu para uma hora. Isso aconteceu porque o crescimento do fluxo de passageiros – a média mensal avançou 28,6% nos últimos dois anos – não foi acompanhado pela expansão de pistas e pátios nos principais terminais. Resultado: os pátios do Santos Dumont e de Congonhas não comportam o volume de tráfego aéreo, segundo mostrou o jornal “O Globo”.

→ A Infraero, que administra 66 aeroportos no país, prevê investir R$ 4,9 bilhões até 2014 para modernizar os aeroportos e solucionar problemas como esse. No entanto, as projeções de investimento da estatal raramente são cumpridas na íntegra. Em 2012, o orçamento aprovado foi de R$ 2 bilhões, mas até julho apenas 18% foram desembolsados.

→ Além da infraestrutura precária dos aeroportos, gastos com combustível também vêm afetando a competitividade das aéreas. Segundo estudo da consultoria Bain & Co, considerando itens como Querosene de Aviação (QAV), encargos trabalhistas e tarifas aeroportuárias, os custos estruturais da aviação comercial no Brasil são 26% maiores do que na Europa.

→ Segundo especialistas, o país poderia economizar R$ 90 bilhões por ano com matriz de transportes mais eficiente, como a dos EUA. Aqui, 65,6% da matriz é de estradas. As ferrovias respondem por 19,5%, seguidas por 11,4% do modal aquaviário e 3,5% do dutoviário. O transporte aéreo representa pífio 0,1%. Com esse desenho, o custo logístico no país era de 10,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011, segundo levantamento feito a cada dois anos pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). Nos EUA, o porcentual era de 7,7% do PIB. A informação é também do jornal “O Globo”.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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15 outubro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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