Condenação já!
Votos de ministros do STF são contundentes ao confirmar participação de petistas no mensalão
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) concluíram nesta semana a análise do núcleo político do mensalão e foram contundentes ao condenar os principais personagens do escândalo. Os petistas José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino foram confirmados como os comandantes do esquema de compra de votos.
Os últimos ministros a votar, Celso de Mello e Ayres Britto, apresentaram votos duros pela condenação dos réus por corrupção ativa. O desfecho pode abrir espaço para que eles também sejam condenados por formação de quadrilha. Ayres Britto afirmou que o mensalão foi um golpe na democracia. Confira declarações marcantes dos magistrados:
“Um partido não tem direito de se apropriar de outro, menos ainda à base de propina. Tivemos uma aliança à base de compra de deputados pela profissionalização do mediador. Compra-se a consciência do parlamentar corrompido, trai o povo inteiro, porque trai o mandato popular, recebido do povo”
Ministro Ayres Britto, presidente do STF
“O que se rejeita é o jogo político motivado por práticas criminosas perpetradas à sombra do poder, o que não pode ser tolerado e não pode ser admitido.”
Ministro Celso de Mello
“Diante de todo esse contexto, não há como não se chegar à conclusão que José Dirceu não só sabia do esquema irregular de distribuição de recursos para a base governista como também contribuiu para sua estruturação.”
Ministro Gilmar Mendes
“Não estou julgando as histórias de pessoas que em diversas ocasiões tiveram a vida reta. Estou julgando os fatos apresentados nestes autos e tendo de reconhecer se houve ou não a prática que é imputada pelo Ministério Público.”
Ministra Cármen Lúcia
“Há fartas testemunhas sobre pagamentos, da origem dos recursos, não havendo qualquer dúvida sobre o esquema de compra de votos a esta altura do julgamento. Há várias provas das reuniões mantidas pelos interessados, da tarefas atribuídas aos réus. Não vislumbro qualquer deficiência probatória quanto a esse crime. Várias pessoas ouvidas afirmaram que o pagamento para votações já era comentado na Câmara muito antes da famosa entrevista de Jefferson.”
Ministro Joaquim Barbosa, relator
(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
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