Campeão de mortalidade


Colnago cobra ações do governo para proteger população de doenças cardiovasculares

O sistema de saúde no país é precário e o governo federal não consegue estruturar unidades de emergência para salvar vidas. A avaliação foi feita nesta quinta-feira (4) pelo deputado César Colnago (ES), que se mostrou preocupado com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a entidade, o Brasil deverá ocupar, entre os países emergentes, o posto de campeão de mortalidade cardiovascular em 2040.

Médico, o parlamentar explicou que os problemas cardiovasculares ocorrem por vários fatores, e, principalmente, por hábitos alimentares ruins. Por isso, ressaltou a importância de haver um planejamento que vai desde a questão alimentar até um sistema de saúde capaz de atender pessoas que passam pelo problema.

“É preciso ter um sistema com consulta e prevenção para fazer o acompanhamento dessas doenças. O modelo atual oferece uma assistência escassa”, disse. Segundo ele, muitas pessoas estão em situação grave pela fraca estrutura do setor. E isso ocorre por um único motivo: a falta de projetos para prevenir doenças.

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Como medidas essenciais para diminuir os casos, Colnago ressaltou a necessidade de investimento na área, campanhas de prevenção, exercícios físicos, além da redução do consumo de alimentos industrializados. “Dar assistência imediata, com transporte rápido, também contribuiria para diminuir os casos”, completou.

Em entrevista à “CBN”, o cardiologista e nutrólogo do Hospital do Coração Daniel Magnoni disse que o aumento da obesidade, hipertensão e diabetes são fatores de risco para as doenças do coração. Ele criticou as ações isoladas do governo para resolver o problema. Para Magnoni, faltam projetos de longo prazo e integrados para prevenir as doenças. A hospitalização e os processos curativos geram elevados gastos públicos. O cardiologista acredita que o governo deveria diminuir os impostos de alimentos saudáveis, a exemplo da redução de IPI dos automóveis.

Colnago concorda com a opinião do especialista em relação à redução dos impostos. Segundo reiterou o tucano, o Estado deveria controlar mais os alimentos industrializados por conter alto percentual de sódio e, assim, evitar que os pacientes sejam portadores de hipertensão arterial. “O governo tem um papel fundamental na prevenção e na assistência para que não ocupemos o posto de campeões de mortalidade cardiovascular em 2040”, concluiu.

O deputado Jorginho Mello (SC) apresentou recentemente projeto de lei com o objetivo de reduzir a ingestão de sal pela população brasileira.  Se aprovado, passará a ser obrigatória a advertência sobre o perigo do consumo excessivo da substância.

Consumo exagerado

→ De acordo com o Ministério da Saúde, os males cardiovasculares incluem hipertensão, doenças cardíacas coronarianas (infarto e angina), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), acidente vascular cerebral (AVC) e cardiopatias congênitas. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) calcula que mais de 320 mil brasileiros morrem, todo ano, vítimas desses distúrbios.

→ A OMS recomenda o consumo máximo de 5g de sal. Estima-se que, atualmente, o brasileiro consuma mais que o dobro desta quantidade – algo em torno de 12g de sal por dia.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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4 outubro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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