Obras atrasadas


Imbassahy teme colapso na Copa de 2014 por falta de investimento nos aeroportos

A Copa de 2014 se aproxima e o governo brasileiro continua omisso quando o assunto é ampliar e reformar os aeroportos para o evento esportivo. A Infraero ainda não conseguiu acelerar os investimentos autorizados para 2012. Do total de R$ 2 bilhões previstos para modernizar os terminais do país, apenas 29,4% foram aplicados nos oito primeiros meses do ano. Nesta semana, a Agência Internacional do Transporte Aéreo (Iata) alertou para o risco de os atrasos tornarem as obras “horrivelmente caras”. A informação é do site “Contas Abertas”.

O deputado Antonio Imbassahy (BA) lamenta a falta de investimentos e teme um colapso nos aeroportos durante o torneio. “Estamos vivendo uma história muito desfavorável. O tempo passa, o governo anuncia medidas, mas nada é realizado efetivamente no sentido de modernizar a infraestrutura do país, especialmente na questão dos terminais”, ressaltou nesta quarta-feira (3).

Segundo a assessoria da Infraero, problemas climáticos e no processo de contratação atrasaram as construções. O ritmo geral de investimentos é refletido nas ações de ampliação, reforma, adequação e construção de vários aeroportos do país, o que torna o setor um dos principais gargalos para a realização da Copa das Confederações, em 2013, e da Copa do Mundo, em 2014.

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Do total de R$ 1,2 bilhão previsto pela Infraero para os aeroportos das 12 cidades-sede, apenas R$ 365,1 milhões, o correspondente a 30,3%, foram aplicados entre janeiro e agosto de 2012. Em 7 das 15 ações previstas para esses aeroportos, menos de 15% dos recursos previstos foram investidos.

Entre essas obras, estão a reforma e ampliação do terminal de passageiros e do sistema de pistas e pátios do Aeroporto Santos Dumont e a adequação do Aeroporto Internacional do Galeão, ambos no Rio de Janeiro. Estão incluídas ainda a adequação dos aeroportos internacionais de Confins, Brasília, Cuiabá e Salvador.

Imbassahy considera a situação preocupante e espera um ritmo mais acelerado nas obras. “Se olharmos o passado do governo petista e o presente, vemos uma situação crítica, pois quase nada foi realizado. Os recursos existem, mas os benefícios não acontecem. Imaginar que menos de 30% do previsto foi efetivamente aplicado na modernização dos terminais é muito desfavorável para a população brasileira”, concluiu.

“Ainda há tempo para realizar as ampliações necessárias. Isso é possível, como vimos na Índia, onde reformas foram feitas em 36 meses. Mas o problema é que podem custar horrivelmente caro”, disse Tony Tyler, diretor executivo da Iata. “Os aeroportos brasileiros estão sob enorme pressão”, declarou.

O executivo ainda criticou o modelo de licitação lançado pelo governo para a concessão dos aeroportos nacionais. Para ele, o volume de dinheiro pago na primeira rodada de vendas resultará em aumento de preços nas passagens e prejuízos ao consumidor.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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3 outubro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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