Planalto nada faz

Kaefer: governo da Rússia preocupa-se mais com alimentação do seu povo do que o brasileiro

“Enquanto o governo da Rússia está considerando a possibilidade de restringir suas exportações de grãos para garantir a segurança alimentar da população, no Brasil comemora-se a explosão das vendas externas dessas commodities em detrimento da oferta interna de seus derivados como insumos à produção de carnes, sobretudo de aves e suínos, indispensáveis à alimentação dos brasileiros”.

A comparação foi feita nesta terça-feira (25) pelo deputado Alfredo Kaefer (PR) devido à carência, até agora, de medidas governamentais para reverter as crises dos setores aviário e suíno no Brasil, desde que as secas recentes nos Estados Unidos e na Rússia, assim como aquelas de menores proporções em outros países, elevaram brusca e expressivamente os preços de commodities agrícolas nos mercado internacional.

A possibilidade de a Rússia restringir suas exportações de grãos, segundo o parlamentar e empresário do setor aviário e de outros, foi admitida pelo ministro de Desenvolvimento Econômico da Rússia, Andreu Belousov, em entrevista a jornalistas e divulgada no Brasil pelo “Valor Econômico”. Caso se concretize a adoção da medida, conforme Kaefer, não será a primeira vez que a Rússia recorrerá à suspensão ou ao contingenciamento de exportações de grãos para garantir o abastecimento do mercado interno a preços e em volumes necessários à segurança alimentar da sua população.

Para Kaefer, “a visão de segurança alimentar das autoridades russas difere-se assim daquela do governo Dilma Rousseff. Este, até agora, mantem-se indiferente às altas expressivas das exportações pelo Brasil de soja e de milho e ao impacto inflacionário delas, sobretudo para os brasileiros menos favorecidos, devido ao aumento dos preços de frangos e suínos no mercado interno por causa da redução da oferta interna de grãos e da alta de seus custos para alimentação de aves e de porcos”.

Há necessidade, segundo o deputado e empresário, de o governo petista rever rapidamente sua posição indiferente às crises aviária e suína, bem como quanto à relação custo/benefício para o país e para a população brasileira por causa da redução da produção e da oferta nacionais dos dois setores, enquanto explodem as exportações de milho e de soja. Essas e de seus derivados (farelo e óleo de soja), segundo dados do setor, deverão somar cerca de US$ 30 bilhões em 2012, contra US$ 23,4 bilhões em 2011 e R$ 24,2 bilhões em 2010.

As exportações de carnes, segundo notícia de hoje da “Folha de S. Paulo, também aumentaram recentemente mas estão crescendo em volumes e valores menores que aqueles de grãos e insuficientes para compensar a queda das vendas internas, sobretudo de aves e suínos, devido à alta de preços. Por isso, segundo Kaefer e dirigentes da União Brasileira da Avicultura (Ubabef), diversos frigoríficos dos setores aviário e suíno reduziram ou paralisaram suas atividades e mais de seis mil trabalhadores da agroindústria perderam seus empregos.

(Da assessoria do deputado/ Foto: Gustavo Lima – Agência Câmara)