Incoerência petista


Em entrevista, Sérgio Guerra destaca crise na base aliada e incômodo do PT com julgamento do mensalão

O presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), destacou importantes aspectos da política nacional em entrevista ao programa “Poder e Política”, projeto do “UOL” e da “Folha de S.Paulo” conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues. O tucano abordou o julgamento do mensalão e as acusações infundadas do governo contra a oposição, que cobrou de Lula explicações sobre denúncia de envolvimento com o esquema. A incoerência entre o discurso e a prática da gestão Dilma e a aparente crise da presidente com a base aliada também foram debatidos. Confira os principais tópicos da entrevista:

Acusações governistas – O presidente tucano foi questionado sobre a nota assinada pelo PT e outros partidos da base governista acusando a oposição de “práticas golpistas” por pedir explicações sobre denúncia de que Lula chefiava o mensalão. Segundo Guerra, o texto divulgado sequer foi levado a sério. “Isso aí tem a ver com as estatísticas, as pesquisas eleitorais. Tem a ver com o incômodo por causa do julgamento do mensalão de muita gente importante. Para nós, essa nota reflete essa situação de incômodo”, afirmou.

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Mensalão – O parlamentar classificou como correta a atuação da oposição desde que surgiu a denúncia do mensalão, em 2005. Conforme lembrou, o PSDB e as outras siglas de oposição lutaram pelas investigações, pela abertura de uma CPI e, posteriormente, para que o julgamento no Supremo Tribunal Federal começasse o quanto antes. Para ele, a ideia de impeachment de Lula não foi levada adiante principalmente porque iria contra a vontade da população, que queria primeiro ver as denúncias apuradas. “O que nós tínhamos para fazer, fizemos”, disse.

Crise da base – Sérgio Guerra reconhece que a presidente Dilma tem agido, em alguns aspectos, na direção da austeridade. Porém, há um conflito entre ela e a base aliada. “Há uma contradição muito séria entre o que a presidente quer e o que a base deseja. Entre o que a presidente termina fazendo e o governo também. Acho que isso tudo é crise do lado de lá”, destacou. Para ele, o julgamento do mensalão pode não refletir agora no governo federal, mas a imagem do PT está cada vez mais manchada. “As contradições são vivas demais. Já percebo certo cansaço da sociedade com as diferenças entre o discurso da presidente e a prática do governo”.

Governo nota seis – Em uma breve avaliação da administração Dilma, o parlamentar afirmou que falta capacidade gerencial. “Ela concentra decisões. Ela é muito autoritária. Os projetos do governo, em grande parte, estão parados. Mas ela tem intenções positivas na Petrobras, mandou um bocado de ministros para casa, entre outras coisas”, afirmou. O deputado deu nota seis para a atuação da presidente. Segundo ele, os elogios feitos algumas vezes pela oposição são justos e feitos nos momentos devidos. Apesar disso, os erros continuam sendo apontados e as soluções para inúmeros problemas serão cobradas.

“Dono do povo” – Em relação a Lula, Sérgio Guerra destacou o trabalho social realizado no país durante a gestão do petista, que inclusive levou adiante programas e projetos idealizados e implantados pelo PSDB. Ele ressaltou, no entanto, que o governo do petista desorganizou o Brasil em outros sentidos. “E continua desorganizando”, disse, ao dar nota três para a atuação do ex-presidente. Guerra criticou a forma como o petista tem defendido seus candidatos em determinados locais, como fez em Manaus e Salvador, atacando de forma grosseira os adversários. “Ele se acha o dono do povo. Acha que tudo pode ser enfrentado, inclusive a verdade. Por ter uma popularidade relevante, a melhor atitude que deveria ter era de humildade e não arrogância”, afirmou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

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24 setembro, 2012 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Incoerência petista”

  1. Ricardo Luiz Coutinho de Souza disse:

    A verdade sobrenada por mais que queiram escondê-la. o tempo faz justiça e as mentiras não passam pelo crivo do tempo.

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